O Clube Português de Cereais de Qualidade foi criado há 20 anos e nasceu a partir de uma forte preocupação com a qualidade, tendo em conta que “a PAC de então tinha para com o trigo duro uma particular atenção face aos montantes das ajudas à produção, que conduziu a um significativo aumento das suas áreas de sementeira sem qualquer contrapartida da melhoria da sua qualidade”, recorda o presidente da Assembleia-Geral, Fernando Carpinteiro Albino
Esta foi a “mola” que conduziu à formação do Clube, que durante alguns anos se denominou “Clube Português do Trigo Duro de Qualidade” e no qual tiveram assento as principais Organizações de Produtores de Cereais, a investigação, através da Estação Nacional de Melhoramento de Plantas e a única indústria transformadora de trigo duro em sêmola para pastas alimentícias que na altura se denominava Amorim Lage – hoje grupo Cerealis.
Por força da evolução da PAC o Clube foi alargando o seu âmbito de atuação a todos os outros cereais praganosos e ao milho para alimentação humana, vendo também crescer a adesão de novas Organizações de Produtores e outros segmentos da investigação como o Instituto Politécnico de Beja e outros industriais da moagem e da cerveja.
“Existe uma forte e real entreajuda entre todos os elementos da fileira”
Olhando para a trajetória da fileira dos cereais em Portugal, Fernando Carpinteiro Albino define-a como muito positiva, “existindo uma forte e real entreajuda entre todos os seus elementos, desde a produção, que se conseguiu agrupar, mas também a investigação, que de mão dada com a produção e com a indústria e com um forte apoio da ANPOC, conseguiram construir e pôr em prática diversos projetos conjuntos dos quais se destaca a Lista de Variedades Recomendadas.
Neste caminho, a marca “Cereais do Alentejo” é referida como uma “verdadeira filha” do Clube Português dos Cereais de Qualidade. Ou, por outras palavras, “é um fruto da sua sã atividade congregadora de toda a fileira e pode vir a ter um papel importantíssimo no paulatino aumento da área de cereais praganosos em Portugal”.
O contributo que vai dar à fileira assentará nos efeitos positivos que a marca – atuando como um chapéu – irá impondo no mercado através da sua imagem de transparência que possa dar ao consumidor a certeza de que está a adquirir um pão ou uma massa produzido exclusivamente com Cereais do Alentejo com respeito absoluto de todas as regras de uma agricultura sustentável e amiga do ambiente.
Crédito Foto: Rodrigo cabrita
Para ler na íntegra na Voz do Campo n.º 228 (julho 2019)