O excedente de produtos frescos acumula-se sem que lhe seja dada vazão, conduzindo a grande desperdício alimentar e drásticos aumentos no preço de bens de primeira necessidade.
O Covid-19 veio, de facto, alterar muito daquilo que já considerávamos estanque. Numa Europa onde a cadeia alimentar e os próprios produtos nunca foram tão seguros, há inúmeras questões que agora, em imprevisível situação pandémica, se colocam. Assegurarão todas as políticas alimentares europeias, legislação apertada e sistemas de controlo alimentar altamente eficientes um fornecimento de alimentos seguros, autênticos, sustentáveis e saudáveis à população em tempo de pandemia?
O encerramento das fronteiras e limitação de deslocações, bem como a quarentena exigida no caso de trabalhadores infetados vem, naturalmente, reduzir a produção e distribuição de alimentos. Consequentemente, o excedente de produtos frescos acumula-se sem que lhe seja dada vazão, conduzindo a grande desperdício alimentar e drásticos aumentos no preço de bens de primeira necessidade. Não que seja o preço que esteja a impedir as prateleiras de estarem vazias, na verdade; mas já lá vamos.