O caudal do rio Mondego no açude-ponte de Coimbra ultrapassou os limites de segurança de 2.000 metros cúbicos por segundo (m3/s) às 9h30 deste sábado, anunciou a câmara de Coimbra, que classifica a situação de “muito crítica”.
A autarquia, que cita informação da Agência Portuguesa do Ambiente, diz que o caudal do rio tem “tendência de subida durante as próximas horas, sendo a situação muito crítica”. No comunicado à agência Lusa, adianta que “é expectável uma situação crítica de cheia”, recomendando à população que se mantenha “em estado de permanente alerta e a respeitar todas as indicações das autoridades que estão no terreno e sinalização”.
A possibilidade da situação crítica de cheia decorre, entre outros factores, da albufeira da barragem da Aguieira, a montante de Coimbra, no rio Mondego, estar com 94% da sua capacidade, da barragem das Fronhas, no rio Alva, afluente do Mondego estar “no nível máximo de cheia” e ainda da “intensidade elevada e ausência de monitorização do Rio Ceira”, outro afluente da margem esquerda do Mondego.
Montemor-o-Velho acciona Plano Municipal de Emergência
Mais a jusante, o risco de cheia levou Montemor-o-Velho a accionar às 7h00 o Plano Municipal de Emergência. A câmara pede “a todos os munícipes que evitem deslocações pelo concelho, principalmente nos locais historicamente mais vulneráveis a alagamentos e inundações rápidas”.
A Estrada Nacional 341, entre a povoação de Granja do Ulmeiro (que pertence ao concelho vizinho de Soure e onde se situa a estação ferroviária de Alfarelos) e Formoselha, está inundada e cortada ao trânsito, a exemplo de uma estrada junto ao rio Mondego entre Formoselha e Pereira.
Também cortadas estão outras seis vias municipais e pontões de acesso entre as duas margens do rio, na zona dos campos agrícolas.
Ligação ferroviária entre Coimbra e Figueira da Foz está suspensa
As inundações na zona de Alfarelos estão a provocar também suspensão da circulação de comboios de longo curso na Linha do Norte, que liga Lisboa ao Porto, e a ligação suburbana entre a Figueira da Foz e Coimbra.
A linha da Beira Alta está também cortada, depois de ao início da noite de sexta-feira um comboio Intercidades ter embatido numa pedra que provocou o descarrilamento da locomotiva ao quilómetro 148, entre Fornos de Algodres e Gouveia.
Neste momento, indica a IP, “decorrem os trabalhos de carrilamento que estão a ser dificultados devido à instabilidade do terreno”. Depois, “será necessário proceder-se a trabalhos de reparação da via. Esta intervenção deverá estender-se ao longo da manhã desta”, estima a IP.
Na linha do Vouga, a circulação está também suspensa entre Sernada do Vouga e Aveiro-Vouga, devido a desguarnecimento da via entre Macinhata e Sernada e a circulação no troço entre Eixo e Eirol devido a inundação de via.
A CP informou na sexta-feira que irá conceder reembolsos aos clientes que tenham comprado bilhetes e pretendam desistir da viagem, devido às perturbações previstas por causa do mau tempo.