O presidente da Câmara de Castelo Branco reafirmou hoje que todas as análises feitas à água da Albufeira de Santa Águeda cumprem os critérios para consumo humano e revelou que vai avançar com um estudo sobre a água.
“Contactámos universidades portuguesas e departamentos da área do ambiente para nos ajudarem a fazer um estudo sobre a água [da Albufeira de Santa Águeda] e sobre a área envolvente à barragem”, explicou Leopoldo Rodrigues.
Em reunião pública do executivo, o autarca socialista realçou que este estudo e avaliação são para ser feitos nos próximos meses, de modo a perceber-se “o que se passa com a barragem e com a água da barragem”.
A questão foi levantada na reunião pelo vereador do PSD, João Belém, que disse que os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Castelo Branco anunciaram que os resultados das análises à água da albufeira “estavam em conformidade com a lei, mas não foram tornados públicos”.
“Seria importante, em nome da transparência e da segurança dos munícipes, que houvesse a divulgação dessas análises químicas e bacteriológicas. É cada vez mais importante salvaguardar os interesses públicos e ambientais. O PSD vai apresentar um requerimento para que tal [divulgação das análises] seja feito”, concluiu.
Leopoldo Rodrigues sublinhou que o município tem “acompanhado com preocupação e com atenção o que tem acontecido [na albufeira]”.
“Quando surgem problemas numa albufeira que abastece três concelhos, isso tem que ter a nossa atenção e uma atenção redobrada”.
O vice-presidente do município de Castelo Branco, Hélder Henriques, explicou também que os SMAS fizeram colheitas de água em alta, apesar de não ser da sua responsabilidade.
“Estão todas [as análises] em conformidade. A água foi recolhida em três pontos diferentes da albufeira. Em baixa, todos os parâmetros, até ao momento, não apresentaram qualquer incumprimento”, frisou.
Já sobre a divulgação das análises, Hélder Henriques explicou que a publicação no sítio da Internet dos SMAS “é feita trimestralmente, como é obrigação”.
“As próximas serão publicadas até 30 de junho. Não estamos em incumprimento”, sustentou.
O vereador do Sempre — Movimento Independente, Luís Correia, levou novamente à discussão a reestruturação que o executivo socialista quer efetuar na estrutura do município.
“Sempre afirmei que estava contra a reestruturação proposta pelo executivo [socialista], dado trazer um aumento exponencial de cargos dirigentes para o município sem uma definição de objetivos e sem qualquer estudo sobre os recursos humanos necessários. Sabemos é que há um aumento de cargos dirigentes”, afirmou.
Segundo Luís Correia, a despesa com esta reorganização irá cifrar-se em cerca de 500 mil euros.
Hélder Henriques explicou que para esta reorganização foi necessário escutar os diversos serviços e as suas necessidades e falar com as pessoas.
“Foi isso que nós fizemos. Ouvimos aqueles que melhor conhecem as suas necessidades. Temos que decidir o que queremos para Castelo Branco. Havia uma estrutura muito pouco preparada. Uma coisa é certa. Para isto, é preciso coragem. Sim, é verdade que haverá mais despesa”, admitiu.
Contudo, o autarca defendeu que esta despesa tornar-se-á num investimento para o concelho de Castelo Branco.
Já Leopoldo Rodrigues explicou que a estrutura atual do município não é compatível com a dinâmica do concelho.
“Por isso, propusemos a reorganização dos serviços de uma forma consciente. Aumenta a despesa com dirigentes, não o escondemos. Dissemos isso desde o primeiro momento. O objetivo é dar resposta às necessidades do presente e do futuro de Castelo Branco. Respeitamos o seu pensamento, mas não é o nosso”, concluiu.