A Associação Nacional de Proprietários Rurais Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC) lançou na passada semana o ‘Manifesto pelo Mundo Rural Português’, uma iniciativa apoiada pelos candidatos às eleições europeias Carlos Zorrinho (PS), Álvaro Amaro (PSD), Nuno Melo (CDS-PP) e Paulo Sande (Aliança), assim como por candidatos às legislativas como Patrícia Fonseca (CDS-PP), Pedro do Carmo (PS) e Sofia Afonso Ferreira (D21).
No evento de apresentação deste manifesto, Carlos Zorrinho defendeu “a necessidade de políticas de convergência entre o Mundo Rural e o Urbano”, reforçando que no atual panorama europeu “não faz sentido os cortes que se querem fazer nos fundos de proximidade e outras políticas de desenvolvimento rural”. Já Nuno Melo assumiu que “o meu compromisso com o Mundo Rural dura desde que nasci”. O centrista acusou ainda o atual Executivo de “desperdiçar recursos e fundos que nos fazem muita falta”.
Paulo Sande alertou para “o crescente desequilíbrio entre litoral e interior, que será fatal” e deixou um apelo: “Ajudem o Mundo Rural! Mais do que fundos, o Governo tem que ser descomplicador”. O social-democrata Álvaro Amaro defendeu a urgência de “lutar pela convergência e pelo desenvolvimento da Agricultura portuguesa” considerando que “não podemos aceitar passivamente que uma área tão essencial para a Economia nacional perca fundos”.
O ‘Manifesto Pelo Mundo Rural Português’ pretende “reunir apoios de todos os setores associados ao ruralismo (agricultura, pecuária, floresta e todas as atividades associadas, como a caça e a pesca, os produtos regionais, artesanato e turismo), num movimento de intervenção política e socioeconómica, de apelo ao respeito e tolerância pela cultura, identidade e realidade rural. O documento é ainda marcado pela vontade de unir Portugal, dando a conhecer o que está para lá da realidade urbana, muitas vezes desconhecido, negligenciado e, consequentemente, atacado”, dizem os signatários.
António Paula Soares, presidente da ANPC, diz que o documento é especialmente relevante por “existir um fosso cada vez maior entre as comunidades urbanas e as rurais, não apenas em Portugal, mas em toda a Europa e no Mundo, estando esse afastamento na génese de movimentos populistas e extremistas, assim como de eleitorados vulneráveis”.