A campanha “Reflorestar Leiria”, lançada pela Câmara de Leiria na sequência dos incêndios de agosto, já permitiu identificar mais de 50 proprietários, que representam cerca de 45% da área ardida, disse hoje o vereador Luís Lopes.
“Neste momento, estamos ainda em fase de levantamento dos proprietários com terrenos nas áreas ardidas de 2023, através de registos voluntários, contactos promovidos através das juntas de freguesia”, entre outros, afirmou o vereador com o pelouro do ambiente, adiantando que “estão já identificados mais de 50 proprietários que representam cerca de 45% da área ardida”.
Em agosto, o Município de Leiria anunciou que iria lançar uma campanha de reflorestação das áreas atingidas pelos incêndios, em colaboração com as juntas de freguesia do Arrabal e da Caranguejeira.
A campanha “visa auxiliar na plantação de árvores nos 440 hectares de floresta destruídos pelos incêndios, que se estima tenham libertado para a atmosfera cerca de 3.200 toneladas de CO2 [dióxido de carbono]”, divulgou na ocasião a autarquia.
Segundo Luís Lopes, os incêndios no verão destruíram 731 hectares de floresta no concelho de Leiria, não sendo possível “estimar os prejuízos, nem é conhecido o número total de proprietários lesados devido à ausência de cadastro”.
O autarca esclareceu que a área que pode ser objeto de reflorestação é “a totalidade da área ardida de 2023, mas também as áreas ardidas de anos anteriores, nomeadamente de 2022, mas também as áreas de regeneração e recuperação em diversos pontos do concelho”.
Em julho de 2022, a Câmara de Leiria estimou hoje em 8,7 milhões de euros os prejuízos na floresta e agricultura decorrentes dos incêndios que atingiram o concelho nesse mês, tendo ardido 3.767 hectares.
A campanha “Reflorestar Leiria” contempla a plantação de espécies maioritariamente autóctones, “onde tal for possível e o município tiver intervenção”.
“No entanto, e sendo maioritariamente propriedade privada, as espécies privilegiadas são o pinheiro-bravo, pinheiro-manso, eucalipto e sobreiro”, esclareceu o vereador.
Luís Lopes assegurou que a Câmara “não prevê qualquer custo do seu orçamento para estas ações de reflorestação, dado que não existem áreas públicas ou detidas pelo município”.
“O investimento tem sido canalizado para as ações de reflorestação da Mata de Pedrógão e manutenção das matas, floresta, faixas de gestão de combustível que iremos potenciar no próximo ano”, referiu, explicando que “esta ação será financiada, maioritariamente, por fundos privados relacionados com créditos e sequestro de carbono, remuneração de serviços de ecossistemas e gestão florestal”.