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– 10-03-2003 |
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Bruxelas decide não embargar aves portuguesasBruxelas, 10 Mar No entanto, Bruxelas decidiu continuar a "supervisionar de forma apertada o com�rcio de aves", segundo fontes comunitárias. � sa�da da reuni�o do Comit� Permanente da Cadeia Alimentar e Saúde Animal dos Quinze, o subdirector-geral de Veterin�ria portugu�s, Fernando Bernardo, disse que ainda hoje v�o decorrer reuni�es t�cnicas com a União Europeia. Na quinta-feira, o Comit� volta a reunir-se para acompanhar o caso das aves portuguesas contaminadas com uma subst�ncia cancer�gena proibida (o nitrofurano). O "acompanhamento será constante", comentou Fernando Bernardo aos jornalistas, adiantando que, na reuni�o de hoje, o Comit� considerou que "neste momento não h� necessidade de tomar medidas de salvaguarda, pois haver� novas trocas de informação e novas reuni�es t�cnicas hoje ainda". Um embargo europeu �s aves portuguesas não teria grandes consequ�ncias econ�micas para o sector, uma vez que as exporta��es são muito reduzidas, representando apenas um por cento do que � produzido. Menos de quatro mil toneladas de produtos � base de aves � a quantidade exportada anualmente, em média, por Portugal, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatéstica. No ano passado sa�ram de Portugal 3.881 toneladas de produtos av�colas, sendo Espanha e Angola os países que receberam a maior fatia. Ali�s, Espanha � tradicionalmente o país que mais importa produtos av�colas portugueses, mas � Também um dos que mais abastece Portugal. Embora tendo importado no ano passado quase 12 mil toneladas – quatro por cento do que � produzido – Portugal � praticamente auto- suficiente na produ��o de carne de aves. O sector av�cola portugu�s emprega cerca de 30 mil pessoas e vale 648 milhões de euros por ano. Um sector que foi abalado no dia 26 de Fevereiro, quando o Ministério da Agricultura anunciou ter detectado em 43 aviculturas – que representam 40 por cento do mercado – uma subst�ncia cancer�gena proibida (o nitrofurano). S� alguns dias mais tarde se ficou a saber que as análises que detectaram esta subst�ncia foram realizadas em Outubro, quatro meses antes de o caso ser conhecido. O ministro da Agricultura alegou ter tido "conhecimento da dimensão do problema" apenas um dia antes do an�ncio oficial, mas admitiu saber da detecção de nitrofuranos no dia 28 de Janeiro. Sevinate Pinto adiantou que, quando tomou conhecimento da utiliza��o de nitrofuranos, julgava que a Direc��o-Geral de Veterin�ria (DGV) tinha colocado as 43 aviculturas sob sequestro (impedidas de escoar a mercadoria), como � obrigatério por lei. Como isso não se verificou, decorre um inqu�rito interno na DGV para apurar responsabilidades. Os nitrofuranos são anti-bacterianos muito potentes que, acumulados no organismo humano, podem ser cancer�genos. Pertencem � lista de subst�ncias que não podem ser usadas na União Europeia na produ��o de animais, mas alguns produtores de aves utilizam ilegalmente este produto para prevenir doen�as e, por vezes, para promover o seu crescimento.
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