O Governo brasileiro ambiciona aumentar em 52% a quantidade de terras utilizadas para a produção agrícola nos próximos 10 anos, afirmou hoje o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro.
O país sul-americano tem 40 milhões de hectares de terras atualmente utilizadas para pastagem e que “podem e devem ser ocupadas” para a atividade agrícola, segundo Fávaro.
O número que o ministro propôs acrescentar em apenas uma década é semelhante à quantidade total de terras incorporadas à produção agrícola nos últimos 50 anos.
“Claro que é possível, já estamos a fazer isso a um ritmo de dois milhões de hectares por ano”, disse Fávaro na abertura de um congresso do poderoso setor agrícola em São Paulo.
O ministro brasileiro defendeu que isso pode ser feito sem afetar a floresta nativa do Brasil, sempre ameaçada pelo avanço do desmatamento ilegal que o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se comprometeu a reduzir.
Fávaro destacou a “revolução” agrícola que está a ocorrer atualmente no Brasil, um país que há 50 anos era importador de produtos e que agora é um grande exportador e pode tornar-se, nas palavras do ministro, uma “salvação alimentar para o mundo”.
O valor da produção agrícola e pecuária atingiu 1,1 biliões de reais em 2022, cerca de 220 milhões de euros, o segundo maior valor da sua história e quase três vezes mais do que em 2000.
A expectativa é que a colheita de cereais, principal componente da sua produção agrícola, atinja um recorde de 307 milhões de toneladas este ano, 17% a mais do que no ano anterior, de acordo com as últimas estimativas oficiais.