O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes, defendeu hoje o reforço da formação dos quadros das corporações para preservarem a zona das ignições dos fogos florestais de modo a facilitar a investigação de crime.
Falando à margem de uma homenagem feita pela LBP ao diretor nacional da PJ, António Nunes reconheceu que os “bombeiros estão alertados para a necessidade de circunscrever o local da ignição inicial”, mas é necessário mais apoio de formação.
“É preciso entender que na maior parte dos casos os bombeiros são os primeiros agentes que chegam ao local” do início do fogo, disse António Nunes, acrescentando que o reforço da cooperação com as autoridades (GNR e PJ) tem permitido um aumento da “identificação de alguns suspeitos e da recolha de prova”.
“Nós poderemos não conseguir chegar ao criminoso que ateou o fogo se não houver essa atitude” por parte dos bombeiros, pelo que no futuro será necessária “uma maior interação entre a Polícia Judiciária e os bombeiros” na formação para a “preservação da prova, que é bastante importante”.
“O que nós queremos é ainda aprofundar um pouco mais essa formação” e “sensibilizar cada vez mais os nossos bombeiros para a necessidade de que quando chegam a um fogo e verifiquem a área de suspeita de ignição devem preservar tudo o que puderem”.
Será depois a recolha dos indícios que irá permitir, em muitos casos, que o suspeito “seja levado junto do Tribunal e condenado”.
“Aquilo que nós queremos, tal como a Polícia Judiciária e a GNR, é retirar do ambiente florestal quem, de forma não negligente mas criminosa, provocou o fogo posto”, acrescentou.