A associação ambientalista Zero apelou hoje à ação dos cidadãos em cinco áreas chave e prioritárias, designadamente nas alterações climáticas e poluição do ar, na exploração de recursos e resíduos, na agricultura, na água, e na saúde e ambiente.
O apelo da Zero surge na véspera do Dia Mundial do Ambiente (05 de junho), que nasceu na sequência da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente, em 1972, “um marco histórico no esforço internacional de concertação para salvar o planeta, reunião onde também teve lugar a criação do Programa das Nações Unidas para o Ambiente”.
“Para assinalar esta data, a Zero identificou cinco áreas onde, além da ação de responsabilidade crucial de governos e empresas, também os cidadãos são chamados a um papel ativo: alterações climáticas e poluição do ar, exploração de recursos e resíduos, agricultura, água, saúde e ambiente”, refere a associação ambientalista, em comunicado enviado à agência Lusa.
Para cada um destes temas, a Zero propõe “cinco áreas de ação eficazes para ajudar a alterar a tendência negativa de evolução de cada uma delas”.
Quanto às alterações climáticas e poluição do ar, a Zero explica que uma das ações mais eficazes que os cidadãos podem desenvolver para ajudar a minimizar as alterações climáticas, passa pela redução do uso do transporte rodoviário individual, e a opção pelos transportes públicos ou por modos suaves nas deslocações diárias.
Em relação à água, a associação ambientalista lembra que Portugal “está cada vez mais confrontado com um contexto de seca”.
“Em termos individuais, podemos começar por contribuir para um uso mais eficiente da água tomando banho apenas quando necessário e por períodos curtos. Um duche de 4/5 minutos é o ideal, tendo presente que a cada minuto um banho gasta cerca de oito a 10 litros de água (dependendo também do chuveiro que se está a usar). Sugerimos a experiência de tapar o ralo da banheira antes de começar a tomar banho e verificar se o duche não se torna rapidamente num banho de imersão”, adverte a Zero.
No uso de recursos e resíduos, a Zero diz que “é fundamental mudar o paradigma de ‘usar e deitar fora’, muito assente na incineração e deposição em aterro e, em alguns contextos, na reciclagem, para o paradigma de ‘ter menos, mas de melhor qualidade’”.
“Com um forte enfoque na redução, reutilização, troca, compra em segunda mão e reparação e sempre com um olhar crítico e responsável sobre o que adquirimos”, frisa a associação.
Quanto à Agricultura, a Zero apela para que, cada cidadão, opte por produtos produzidos localmente, da época, produzidos através de práticas agroecológicas, e “evitar ao máximo o desperdício alimentar”.
“E, claro, privilegiar o consumo de proteína vegetal, são excelentes contributos para dar força a uma agricultura promotora da soberania alimentar. A participação em grupos de consumo ou organizações para a valorização da agricultura de proximidade é também muito relevante”, indica o comunicado.
Na área da saúde e ambiente, a Zero defende a aproximação da dieta dos portugueses “à roda dos alimentos”, acrescentando que “reduzindo a presença de proteína animal na alimentação reduz, de forma significativa, o impacto ambiental associado à alimentação e o risco de várias doenças”.
Segundo a Zero, ao longo destes últimos 50 anos, “apenas cerca de um décimo das centenas de metas globais nas áreas do ambiente e desenvolvimento sustentável acordadas pelos países foram alcançadas ou tiveram um progresso significativo”.
“O uso de recursos naturais mais do que triplicou desde 1970 e continua a crescer; o usufruto dos mesmos e os seus benefícios são distribuídos de forma desigual entre países e regiões. A metade mais pobre da população global possui apenas 2% da riqueza global total, enquanto os 10% mais ricos possuem 76% de toda a riqueza”, explica a associação ambientalista Zero.