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– 12-11-2003 |
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Vila Real : Pastores homenageados pelo Parque Natural do Alv�oVila Real, 11 Nov Agostinho Botelho, hoje com 65 anos, disse � agência Lusa que come�ou a percorrer as serras aos nove anos com as cabras da sua fam�lia, numa altura em que "não havia estudos, nem televisão". "não havia mais nada para fazer e t�nhamos que ajudar a sustentar a fam�lia", afirmou, acrescentando que, quando se iniciou a florestação do concelho de Mondim de Basto, nas d�cadas de 1940 e 1950, os pastores viram a sua actividade ficar prejudicada. Na altura, não deixavam entrar as cabras nas áreas florestadas, muitos pastores tiveram que desistir da sua actividade e por isso mesmo, aos 17 anos, Agostinho Botelho come�ou a trabalhar na agricultura e chegou mesmo a passar por uma mina de ferro em Lisboa. Segundo disse, mais tarde regressou a Ermelo, comprou um novo rebanho, casou, e teve 12 filhos. "Tive sempre que trabalhar muito para sustentar os meus filhos, todos eles vivem bem agora, estáo espalhados pelo país e pelo estrangeiro", referiu. Adiantou ainda que apenas foi � escola, � noite, "para conhecer as letras", quando j� tinha 21 anos. Diz nunca se ter arrependido de ter regressado � serra, que afirma adorar percorrer com o gado, sem nunca sentir a "solid�o". "Passamos dias quase inteiros praticamente sozinhos e temos apenas como grandes amigos os c�es e o gado, que adoramos como se fossem nossos filhos", salientou. Por tanto gostar do gado, � Também um inimigo dos lobos, que "quando podem matam as cabras e d�o muitos preju�zos, tudo numa questáo de segundos". Como Agostinho Botelho existem muitos outros pastores na Serra do Alv�o, que todos os dias, "fa�a sol, chuva ou neve", t�m que sair de casa para alimentar o gado, maioritariamente a cabra bravia, uma ra�a aut�ctone que está em risco de extin��o. Os percursos variam do Ver�o para o Inverno, tanto em termos do tempo que demoram, como dos s�tios que são percorridos pelos pastores. Para estes homens e mulheres, a serra j� não tem segredos e �, pelo seu "importante papel na conserva��o na natureza", que o Parque Natural do Alv�o (PNA) os está a homenagear com a realiza��o de uma exposi��o, que vai estar patente ao público na sede do PNA, em Vila Real, até 31 de Dezembro. A exposi��o o "Pastor do Alv�o" retrata a actividade da pastor�cia no passado, presente e no futuro, e do contributo desta actividade profissional para a preserva��o da cabra bravia, esp�cie que, segundo dados da Associa��o Nacional de Cabra Bravia (ANCABRA), tem apenas 9.200 f�meas adultas em todo o país. A explora��o deste animal processa-se na maior parte dos casos de forma tradicional e a cabra desempenha ainda um papel importante para a limpeza das matas e na preven��o de grandes fogos florestais. Em exposi��o estáo ainda os trajes tradicionais dos pastores, a cro�a de palha, que ainda serve para proteger da chuva, o cajado, o chap�u de palha, o saco da merenda, a navalha e as polainas, Também de palha, para proteger as pernas. Henrique Pereira, director do PNA, referiu que, para os grupos escolares, está ainda prevista a participa��o em oficinas e jogos ambientais e a possibilidade de assistir a um pequeno filme que retrata o quotidiano do pastor e do seu rebanho. Poder�o ainda deslocar-se � área do Parque e contactar directamente com esta realidade, a partir dos N�cleos de T�cnicas Tradicionais, nomeadamente com as actividades l�dicas e artesanais que o pastor realizava enquanto permanecia na serra a pastorear os seus animais. Esta exposi��o está inserida num projecto de sensibiliza��o ambiental do Parque Natural do Alv�o a ser desenvolvido com as escolas de Vila Real e Mondim de Basto, através dos centros de informação e interpreta��o instalados nestes concelhos. Segundo Henrique Pereira, em Mondim de Basto está patente outra exposi��o que fala do Rio Olo, principal linha de �gua que atravessa o PNA e cuja exist�ncia condiciona e influencia a vida neste parque natural. O seu percurso, a sua adapta��o � geologia existente, as especies flor�sticas e faun�sticas que dele dependem, o seu papel na agricultura e as agress�es a que está sujeito e que podem por em causa o seu equil�brio, são algumas das questáes exploradas nesta exposi��o. Para as escolas que visitarem esta exposi��o estáo previstas algumas actividades pr�ticas, como jogos e oficinas ambientais, relacionadas com o ciclo da �gua e com as especies ribeirinhas.
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