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– 08-07-2002 |
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Touros de Morte : Mais munic�pios querem recuperar a tradi��oA dias da discussão do projecto-lei que autoriza os touros de morte em Barrancos, autarcas de outros munic�pios reclamam o alargamento da excep��o a localidades onde matar o touro Também faz parte da tradi��o. As corridas de touros de morte foram proibidas em Portugal em 1928, mas a verdade � que pontualmente essa pr�tica j� se repetiu em algumas localidades como Lisboa, Vila Franca de Xira, Moita e Mour�o, entre outras. Na Pra�a de Touros Palha Blanco, em Vila Franca de Xira, realizaram-se ao todo quatro touradas com touros de morte. As duas primeiras, em 1925 e 1927, realizaram-se ainda antes da proibição deste tipo de corridas. Meio s�culo depois, os touros de morte voltaram a Vila Franca de Xira, ent�o de forma ilegal. Foi a 31 de Outubro de 1976 que se realizou a terceira corrida integral na Palha Blanco. Menos de um ano depois, a 07 de Maio de 1977, mais uma vez o touro morreu na arena. Foi esta a última corrida de touros de morte realizada em Vila Franca de Xira. Acabou com a interven��o da pol�cia de choque e com a prisão dos matadores de touros Jos� J�lio e Rayito, libertados dois dias depois e recebidos com honras por toda a popula��o. Contudo, a actual presidente da C�mara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, gostaria de voltar a ver corridas integrais na Palha Blanco. "são uma expressão da cultura portuguesa", defende a autarca, que critica o projecto-lei apresentado pelo CDS/PP para permitir as touradas de morte em Barrancos. "O problema � muito mais alargado, além de que este projecto-lei apenas beneficia o infractor", sublinha a presidente da C�mara de Vila Franca de Xira. O "pomo da disc�rdia", para a autarca, � o facto de o projecto-lei especificar que "as touradas com touros de morte são excepcionalmente autorizadas nos casos em que sejam de atender tradi��es locais, ancestrais e ininterruptas, como expressão de cultura popular, nos dias em que o evento hist�rico se realize". "Ao falar-se em tradi��es ininterruptas, pressup�e que a lei tem sido violada, ou seja, a lei não s� protege o infractor, como aconselha a que se comece no dia seguinte a infringir essa mesma lei", frisa. Para a autarca, uma forma de resolver esta questáo seria atribuir aos munic�pios a responsabilidade de licenciar os espect�culos taurinos, alargando-se assim a excep��o de Barrancos a outros munic�pios onde existe a tradi��o dos touros de morte. Maria da Luz Rosinha vai ainda mais longe e afirma que o seu munic�pio está disposto a solicitar � Inspec��o-geral das Actividades Culturais uma "autoriza��o excepcional" para realizar corridas integrais. "� uma tradi��o local, s� não se tem realizado de forma ininterrupta porque a lei não o permite", acrescentou. Opini�o id�ntica manifesta Renato Canete, vereador da C�mara Municipal de Mour�o, concelho alentejano onde Também existe a tradi��o de matar o touro. Contudo, segundo o autarca, o que acontecia nas tr�s freguesias do concelho – Mour�o, Granja e Luz – não eram corridas de touros de morte, mas "abate clandestino". "não se pode chamar corridas de touros de morte, porque o touro não chegava a ser lidado nem estoqueado. O que acontecia era uma esp�cie de vacada popular, que acabava com a morte do touro na Pra�a", explica Renato Canete. Esta tradi��o foi cumprida até h� cerca de tr�s anos, altura em que come�ou a pol�mica em torno das festas de Barrancos. "Nessa altura Também aqui veio um batalh�o da GNR e o rapaz que matou o touro j� teve de ir várias vezes a tribunal por causa disso", disse o autarca. Desde essa data que o touro deixou de ser morto na Pra�a: "pass�mos a encomendar um touro ao matadouro, que chega aqui j� morto e cuja carne as pessoas depois compram, como acontecia quando o touro era morto na Pra�a", acrescenta Renato Canete. Também o vereador da C�mara de Mour�o critica o projecto-lei apresentado pelo CDS/PP e defende que o licenciamento dos espect�culos taurinos devia ser da responsabilidade das autarquias, visto que "são quem melhor conhece as tradi��es locais". "Isto tudo não deve ser uma questáo de legisla��o. Se legislarmos tudo o que diga respeito � tradi��o, uniformizamos o país. � fundamental manter a identidade cultural de cada local. E quem melhor para conhecer as tradi��es locais do que as C�maras Municipais", interroga, defendendo que "devem ser as autarquias a gerir as pr�prias tradi��es". Posi��o contr�ria aos autarcas de Vila Franca de Xira e Mour�o t�m os respons�veis dos munic�pios da Moita e de Salvaterra de Magos. De acordo com o presidente da C�mara da Moita, Jo�o Lobo, o seu munic�pio não tem qualquer pretensão de acolher corridas com touros de morte. "Aqui nunca existiram corridas de touros de morte, o que aconteceu foram corridas em que foram mortos os touros", sublinha o autarca, para quem na Moita "não existe qualquer tradi��o de touros de morte". Relativamente �s corridas em que o touro acabou por morrer na arena, Jo�o Lobo esclarece que foram "casos pontuais", como o que aconteceu em Setembro de 2001, quando o toureiro Pedrito de Portugal matou um touro na arena da Pra�a da Moita. Por�m, embora não tenha qualquer pretensão de levar para a Moita touradas com touros de morte, Jo�o Lobo diz nada ter contra a realiza��o deste tipo de corridas. "Excepcionalmente, em locais onde essa tradi��o j� existiu não tenho nada contra", declarou o autarca. Francisco Caneira, vereador da C�mara de Salvaterra de Magos, Também não se mostra contrário aos touros de morte, mas não no seu concelho. Segundo o autarca, a �nica vez em que se matou um touro na Pra�a de Salvaterra de Magos foi no final do s�culo XIX. "� um epis�dio que se encontra retratado na hist�ria local. Conta-se que quem matou o touro foi um homem cujo filho tinha morrido na arena. Foi uma forma de vingar a morte do filho", disse. "Salvaterra � uma terra amante de touros e de campinos, mas nunca houve essa tradi��o. Ali�s, nem nunca ouvi ningu�m aqui a defender isso", acrescenta o presidente da autarquia de Salvaterra de Magos, que diz compreender a "l�gica e legitima aspira��o de Barrancos". Outro dos locais onde j� se realizaram corridas de touros de morte foi em Lisboa, na Pra�a do Campo Pequeno, nomeadamente entre 1927 e 1933, 1951, 1959 e 1974. Jos� Falc�o foi o �ltimo matador a estoquear um touro no Campo Pequeno, a 20 de Julho de 1974, dias antes de morrer em Barcelona. A Agência Lusa tentou contactar o presidente da C�mara Municipal de Lisboa, mas Pedro Santana Lopes estava ausente do país.
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