Milhões em fundos da União Europeia para a Agricultura estarão a ir diretamente para a indústria tauromáquica, mesmo depois de aprovada uma lei que supostamente exclui os criadores de touros bravos do programa de subsídios europeu.
A indústria tauromáquica tem beneficiado nos últimos anos de milhões de euros em fundos da União Europeia, no âmbito do mecanismo da Política Agrícola Comum (PAC), numa época em que a contestação das touradas tem subido de tom um pouco por todo o mundo. A denúncia parte de ativistas a que o The Guardian dá voz. A PAC foi implementada em 1962 e, segundo o site da Comissão Europeia, tem como principal objetivo “apoiar os agricultores e melhorar a produtividade do setor agrícola, garantindo um abastecimento estável de alimentos a preços acessíveis”. Essencialmente, a PAC funciona como um sistema de atribuição e distribuição de fundos para os agricultores europeus. Estes subsídios são normalmente alocados de acordo com a dimensão da área cultivável, e não tendo em conta o tipo específico de criação animal ou produção agrícola.
Para os ativistas dos direitos dos animais, é este mesmo o principal problema: neste momento, não é legalmente possível impedir que os fundos sejam usados para sustentar atividades relacionadas com a tourada. O próprio Janusz Wojciechowski, Comissário Europeu da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, mencionou precisamente esse ponto quando teve de responder, em janeiro de 2021, a uma pergunta colocada pelo eurodeputado austríaco Harald Vilimsky – que pretendia averiguar qual era quantidade de fundos que […]