Viana do Castelo, Caminha e Ponte de Lima vão atribuir, a partir de sexta-feira, um selo equestre a unidades hoteleiras para “diferenciar” a oferta turística dos três territórios, segundo o regulamento hoje publicado em Diário da República (DR).
De acordo com o regulamento, que entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, a atribuição do Selo Equestre “O Seu Cavalo É Nosso Convidado” integra o projeto Vilas e Aldeias Equestres entre Arga e Lima e “visa a valorização do turismo equestre e da Serra d’Arga, unindo esforços dos municípios de Viana do Castelo, Caminha e Ponte de Lima, apoiados pelo Turismo de Portugal no âmbito do Programa Valorizar”.
O garrano, raça protegida devido ao risco de extinção e, atualmente em processo de classificação, está na origem do selo equestre.
Segundo o regulamento, “o turismo equestre constitui uma oportunidade crucial para a qualificação e diferenciação da oferta turística do Alto Minho, ajudando a combater a sazonalidade da procura do turismo de natureza e do turismo em espaço rural e impulsionando a valorização dos territórios e das comunidades locais”.
A modalidade do “turismo a cavalo incentiva a aproximação entre os seus praticantes e as populações, bem como a descoberta do património cultural e natural do destino”.
Na sequência do processo de classificação da Serra d’Arga, os municípios envolvidos têm desenvolvido ações para valorizar o cavalo de raça garrana e o seu ‘habitat’, numa estratégia de preservação de diferenciação turística à escala regional, como é o caso do projeto Vilas e Aldeias Equestres entre Arga e Lima, que envolve Viana do Castelo, Caminha e Ponte de Lima.
A atribuição do selo pretende a “criação de uma rede certificada, sinalizada e divulgada de prestadores de serviços turísticos com características adequadas ao acolhimento do turista equestre, incluindo unidades de alojamento, estabelecimentos de restauração, aldeias serranas, empresas de animação turística, entre outros”.
Visa ainda “a criação de uma rede intermunicipal de percursos equestres sinalizados e interpretados, a articulação e exploração de sinergias entre o turismo equestre e outros produtos turísticos estratégicos à escala regional, especialmente com o turismo rural, o turismo de natureza e o ‘touring’ cultural e paisagístico e a promoção da valorização turística do garrano enquanto espécie autóctone e do seu habitat natural, bem como da sua dimensão cultural, consubstanciada na sua importância histórica e etnográfica para as comunidades rurais do Alto Minho”.
A Serra d’Arga, que abrange Viana do Castelo, Caminha, Ponte de Lima e Vila Nova de Cerveira, já chegou a ter 300 garranos, mas atualmente terá mais de duas dezenas.
O garrano é uma raça autóctone que povoa, há milénios, as montanhas do Alto Minho, onde ainda persiste num regime semisselvagem graças à sua robustez e excelente adaptação a este ‘habitat’.
Com “uma presença milenar no Noroeste Ibérico, o garrano desenvolveu estreitos laços com os povos que habitaram este território desde o neolítico inicial, em tempos de paz e em tempos de guerra, constituindo, por isso, parte do nosso património imaterial a preservar”.