Dois consórcios luso-espanhóis estão na reta final do concurso para a construção da dessalinizadora do Algarve, uma obra de 90 milhões de euros financiada pelo PRR, a concluir até 2026, segundo várias fontes contactadas pela agência Lusa.
De acordo com a plataforma de contratação pública AcinGov, consultada hoje pela Lusa, são quatro as empresas que concorreram até ao final do concurso, 07 de julho, mas apenas duas delas apresentaram uma licitação abaixo dos 108 milhões de euros, o valor limite indicado pela Águas do Algarve.
A Aquapor, que se juntou ao grupo espanhol GS Inima, apresentou um valor global de 107,92 milhões de euros, enquanto a Transwater e Cimontubo, que se juntaram à espanhola Tedagua, que pertence ao grupo Cobra, avançou com 106,97 milhões.
Segundo fontes conhecedoras do processo, tudo aponta para que sejam afastados os consórcios que ultrapassaram o limite indicado, o Única/Casciana Acque Itália/Zaffaroni/Urban Grafts & Partners (146,00 milhões de euros) e o Conduril-Engenharia/Oliveiras/Aciona Agua (136,00 milhões de euros).
As mesmas fontes consideram que estas empresas apenas se apresentaram a concurso por questões de notoriedade e para mostrar que no futuro querem concorrer neste setor.
A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, avançou, há uma semana na Assembleia da República, que havia “dois concorrentes” no concurso para a construção e exploração da dessalinizadora que vai ser construída no concelho de Albufeira.
A adjudicação será feita de acordo o critério da “proposta economicamente mais vantajosa”, tendo em consideração coeficientes de ponderação: custo do investimento (preço) 35%, custo de exploração 35% e valia técnica 30%.
Segundo fontes do mercado, a decisão final sobre a empreitada deverá ser tomada até setembro, devido à urgência na utilização das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A construção de uma dessalinizadora no concelho de Albufeira, cujo valor base é de 90 milhões de euros, é uma das medidas de resposta à seca que afeta a região sul de Portugal, prevendo-se que o equipamento tenha uma capacidade inicial de conversão de água do mar em potável de 16 hectómetros cúbicos.
De acordo com a Águas do Algarve, empresa responsável pelo abastecimento de água na região, que tem a seu cargo a gestão de infraestruturas como barragens ou Estações de Tratamento de Águas Residuais, a conclusão da obra está prevista para o final de 2026.
Recentemente, uma plataforma que agrupa associações ambientalistas iniciou uma diligência judicial junto do Ministério Público, pedindo a invalidação da Declaração de Impacto Ambiental favorável à construção de uma dessalinizadora no Algarve.