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– 07-06-2005 |
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Seca: Agricultores marcharam até Beja para fazer ouvir a sua vozBeja, 07 Jun A marcha lenta, que se fez a uma velocidade de 30 a 40 quil�metros hor�rios, come�ou �s 09:30 com duas colunas a partirem em simult�neo de Serpa e M�rtola em direc��o � capital de distrito. A coluna que veio de Serpa chegou a condicionar o tr�nsito no Itiner�rio Principal (IP) 8 no sentido Serpa- Beja, uma via com liga��o a Espanha. Cerca das 11:00, a coluna estendia-se ao longo de dois quil�metros, no IP 8 em direc��o a Beja, deixando atr�s uma fila de tr�nsito com quase uma dezena de quil�metros, segundo dados recolhidos no local pela agência Lusa. Fonte da GNR adiantou � Lusa que a coluna de Serpa integrou perto de uma centena de viaturas, entre tractores, outras m�quinas agr�colas e autom�veis. Quanto � coluna de M�rtola, que seguiu pelo IP 2 (via de liga��o ao Algarve), apresentou menor dimensão, com um total de duas a tr�s dezenas de viaturas. Do alto do seu tractor agr�cola, habituado a lavrar as terras de uma propriedade em Vila Nova de são Bento (Serpa), o agricultor Albino Braga, de 49 anos, decidiu alinhar na marcha lenta entre Serpa e Beja para "fazer ouvir" a sua voz. "não tenho �gua para regar, não tenho palha para alimentar o gado. não consigo vender os animais e as minhas searas j� estáo perdidas", lamentou, em declarações � Agência Lusa. Outro agricultor de Serpa (zona não abrangida pelo regolfo da barragem do Alqueva), Carlos Pestana, "carrega" no seu tractor um pequeno cartaz com uma mensagem alusiva � seca: "não temos �gua, mas no Guadiana passam centenas de metros c�bicos direitinhos para o mar". "Este � um problema pol�tico num país onde se constru�ram seis estádios para jogar � bola, mas não h� dinheiro para construir barragens para trazer �gua a esta regi�o", disse o agricultor, de 60 anos. "Se não olharem para a situa��o da margem esquerda do Guadiana, em pouco tempo esta regi�o vai ser um deserto absoluto", avisou. Sebasti�o Rodrigues, presidente da Associa��o de Agricultores do Concelho de Serpa, justificou a marcha lenta com a necessidade "de dizer ao Governo que os agricultores estáo vivos e necessitam de medidas urgentes". "não desconfiamos do ministro da Agricultura (Jaime Silva), mas desconfiamos do sistema", frisou, reclamando o estado de calamidade para a Margem Esquerda: "Se isto não � calamidade, não sei o que será". Ainda assim, Sebasti�o Rodrigues garantiu que os agricultores "são pac�ficos" e que não v�o existir manifesta��es nem cortes de estrada: "Estamos em harmonia com os agentes da autoridade". Recusando apelidar a marcha de manifesta��o de protesto, o dirigente associativo disse tratar-se de "uma atitude para sensibilizar o Governo para a grave situa��o da agricultura, que � o pilar mais importante da economia nesta regi�o". Sebasti�o Rodrigues criticou o atraso na aplica��o das linhas de cr�dito anunciadas h� um m�s pelo Executivo, num total de 125 milhões de euros, considerando que "para situa��es excepcionais tem de haver medidas excepcionais e a burocracia não pode estar � frente". "H� oito meses que alertamos o Estado Portugu�s sobre esta situa��o complicada, mas neste país as coisas fazem-se em cima do joelho", acrescentou.
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