A criação de equipas para detetar e agir precocemente contra espécies invasoras e a realização de cimeiras ibéricas ambientais são algumas das propostas saídas da iniciativa “Missão Natureza 22”, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
As ações, consideradas fundamentais, são apresentadas hoje, Dia Internacional da Biodiversidade, numa cerimónia no Palácio de Queluz, um ano depois da apresentação da iniciativa pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
A “Missão Natureza 22” tem como objetivo melhorar o estado de conservação dos valores naturais de Portugal e orientar o investimento em biodiversidade, até 2027.
Ao longo de um ano fizeram-se sessões em todo o país para ouvir entidades como administração local, instituições de investigação científica e tecnológica ou organizações não-governamentais de ambiente.
Foram colocados sete objetivos a debate, nomeadamente aumentar a apropriação pública do património natural, melhorar o estado de conservação do património, controlar espécies exóticas invasoras ou inovar no investimento em biodiversidade, e os resultados são apresentados hoje pela Universidade Nova, uma das entidades envolvidas nas sessões.
Foram identificadas 73 ações e, segundo os resultados, aos quais a Lusa teve acesso, foram consideradas prioritárias questões como a formação e creditação de Guias da Natureza, ter escolas com embaixadores pela natureza, atualizar a marca “Natural.pt”, ou criar protocolos de monitorização do estatuto das espécies e políticas de conservação.
Também a realização de ações de restauro ecológico, a promoção das espécies autóctones como forma de controlar as espécies invasoras, o financiamento/majoração para quem exerce uma atividade que promove os serviços de ecossistemas e a criação de um mercado autorregulado de pagamento de serviços de ecossistema foram considerados passos importantes.
Entre outras ações é ainda proposta a realização de uma cimeira ibérica para a conservação da natureza e biodiversidade, e na área da inovação do investimento em biodiversidade o desenvolvimento de um mecanismo plurianual de financiamento por parte do Fundo Ambiental.
Os resultados do ano de trabalho e as conclusões são apresentados numa sessão que é hoje aberta pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, mas ao longo do dia tem também diversos especialistas, oradores em painéis, com a iniciativa a ser encerrada pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, João Paulo Catarino.
No âmbito do Dia Mundial da Biodiversidade, uma data proclamada pela ONU em 2000, realiza-se também hoje um seminário sobre o tema “Escola, um ecossistema de cidadania”, organizado pela Associação de Educação Ambiental.
Este ano sobre o tema “Do acordo à ação: reconstruir a biodiversidade”, numa alusão à última conferência da ONU sobre biodiversidade (no Canadá) que estabeleceu metas para reverter a perda de natureza até 2050, o dia destina-se a sensibilizar e promover o desenvolvimento sustentável e a recuperação dos ecossistemas naturais.
Esta é a Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas.