A produção nacional de vacinas pecuárias em Moçambique cresceu 10% em 2023, para quase 45,5 milhões de doses, segundo dados divulgados hoje pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
No relatório de balanço da produção pecuária em 2023, aquele ministério recorda que a produção nacional destas vacinas rondou no ano anterior as 41,3 milhões de doses e acrescenta que no ano passado foram “reportados 436 focos de doenças” de gado, 116 dos quais na província de Gaza, contra 444 em 2022.
“A redução do número de focos é resultado das medidas de controlo sanitário que o subsetor tem vindo a implementar com vista a evitar a eclosão e disseminação de doenças.
Refere igualmente que para “atingir a defesa sanitária do efetivo animal e o cumprimento das obrigações dos acordos ratificados com organismos internacionais sobre saúde animal e comércio” foi definido o objetivo de garantir “a cobertura mínima vacinal de 80% do efetivo animal” moçambicano.
Os animais foram vacinados nomeadamente contra carbúnculo hemático, carbúnculo sintomático, dermatose nodular, febre aftosa e raiva, atingindo uma cobertura vacinal média de 79% nos bovinos, ligeiramente abaixo da registada em 2022, que foi de 80%.
Acrescenta que a febre aftosa é a doença com “maior impacto negativo na economia”, tendo Moçambique registado 15 focos em 2023 – contra o pico de 25 em 2022 -, dos quais 13 na província de Tete e dois em Manica.
“A sua ocorrência pode gerar interdição das transações comerciais do país com outros mercados internacionais, tanto de produtos de origem animal como vegetal, provenientes das zonas afetadas”, aponta-se no relatório, sobre os focos de febre aftosa.
Já na tuberculose bovina, doença endémica e distribuída por todo o país, as autoridades sanitárias contabilizaram 98 focos, contra 149 em 2022 e 56 em 2021.
Nos últimos dez anos, a doença tem-se alastrado rapidamente, tendo passado de 48 distritos infetados para 87 distritos”, reconhece-se no relatório, acrescentando-se que a “prevalência tem tendência a aumentar” face à “fraca política de testagem e compensação” do gado abatido, bem como a fraca adesão dos criadores “apesar da disponibilidade da tuberculina”, para tratamento.