A seguir à pandemia vamos ter uma crise de mercado, pelo que é essencial a celeridade da Europa na aprovação de medidas de apoio ao setor, tais como a antecipação de pagamentos das ajudas diretas.
Quando as perspetivas apontavam para um ano particularmente intenso na Agricultura com as discussões em torno da revisão da PAC pós-2020, do Quadro Financeiro Plurianual 2021/27 e, sobretudo, do Pacto Ecológico Europeu, com a respetiva declinação para o agroalimentar, nomeadamente, na estratégia “Do Prado ao Prato”, em apenas um mês tudo mudou. No Velho Continente a soberania alimentar enfrenta três desafios fundamentais: o afastamento da opinião pública do Mundo Rural, o comércio internacional num contexto europeu e os desafios políticos de uma Europa a uma só voz. As três estão interligadas.
A saúde é um valor mais premente quando está em risco, também o é a alimentação quando escasseia. O setor agroalimentar, baseado no Mundo Rural, sabe que é importante, mas fora dele, a crescente população urbana desconhece-o, critica-o, e coloca em causa o seu contributo para o equilíbrio social e económico. Argumentos a favor da sustentabilidade ambiental não ponderam, estranhamente, que, com o recurso à ciência, é possível, e desejável, a convivência saudável entre a produção de alimentos à escala necessária e uma atuação ambientalmente responsável.