A iniciativa brasileira PRETATERRA, dedicada à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos, desenvolvendo designs replicáveis e elásticos, considera que este tipo de sistemas tem vantagens na produção de alimentos.
Segundo o explicado em comunicado, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é um dos sistemas agroflorestais que têm apresentado vantagens nas questões ambientais quando comparado ao sistema orgânico.
Este tipo de produção permite a utilização de substâncias sintéticas, sendo que a escolha dos fertilizantes e herbicidas pode ser feita considerando o nível de toxicidade tanto para o ambiente quanto para o consumidor.
A engenheira florestal, bióloga e cofundadora da PRETATERRA, Paula Costa, explica que geralmente não é necessário utilizar estas substâncias em grandes quantidades, pois o próprio sistema de plantação é planeado para que seja sustentável e consiga fornecer o que as plantas precisam.
Por sua vez, o engenheiro florestal e cofundador da PRETATERRA, Valter Ziantoni, explica que, do ponto de vista ambiental e sustentável, as substâncias sintéticas são proibidas na agricultura orgânica. Apenas compostos orgânicos podem ser utilizados. Mas, na sua visão, isso não é necessariamente bom.
“Muitas substâncias desenvolvidas em laboratório são testadas e tem a sua eficiência e segurança para o consumo comprovadas. Já as substâncias orgânicas não. Muitas são utilizadas com base em conhecimentos populares e não há garantia de segurança do alimento e/ou ambiental. Por isso, não se pode afirmar que as substâncias orgânicas são melhores simplesmente por serem naturais”, refere.
Valter Ziantoni ainda explica que as substâncias orgânicas para controlo de pragas e doenças, por não serem tão eficientes quanto as sintéticas, às vezes são usadas em grandes quantidades e causam problemas ambientais pelo excesso da substância no ambiente.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.