O calor está a prejudicar a produção de laranja no Algarve que, neste momento, já não tem forma de abastecer as grandes superfícies e está a fazer disparar o preço.
A seca e as temperaturas elevadas há várias semanas fizeram cair para mais de metade a produção de citrinos no Algarve. Já não há laranjas para abastecer as grandes superfícies e a rutura afeta, também, a venda do habitual sumo de laranja natural.
Os produtores dizem que não têm memória de um verão com tantos dias seguidos de calor. Às altas temperaturas, somam-se os meses de restrição de rega, com cortes no abastecimento da água que vem das barragens e de uma gestão muito apertada do que ainda resta nos furos dos pomares.
Produção teve quebras superiores a 50%
Era suposto as variedades de verão aguentarem até final de setembro, início de outubro, mas desde o final de julho que praticamente não há laranja no Algarve.
“A laranja do Algarve para a grande distribuição está acabada. Poderá haver um outro pomar com alguma fruta, mas não dá para fornecer as grandes superfícies”, explica José Oliveira da ALGAR ORANGE – Associação de Operadores de Citrinos do Algarve.
A importação também está limitada, devido ás quebras na produção da laranja sul africana e as restrições fitossanitárias impostas pela União Europeia. Sem alternativa, a escassez no mercado está a fazer disparar o preço.
Com uma produção que num ano bom chega ás 370 mil toneladas de laranja, o Algarve olha com apreensão para os próximos meses.
“Se o próximo mês não for chuvoso, haverá muitos pomares com grandes dificuldades. Podendo mesmo secar”, admite José Oliveira.
O Algarve produz cerca de 90 % da produção de laranja, em Portugal.