Os chefes das agências da ONU para a alimentação e a agricultura instaram hoje a comunidade internacional a investir mais no Sudão do Sul para evitar uma “crise alimentar catastrófica” que se agravará se não forem tomadas medidas imediatas.
Numa declaração conjunta, os representantes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e do Programa Alimentar Mundial (PAM) alertaram para o facto de a “complexa crise alimentar, climática e de insegurança” do Sudão do Sul poder agravar-se se não forem tomadas medidas atempadamente.
Pelo menos 7,7 milhões de pessoas no Sudão do Sul – cerca de dois terços da população – estão em situação de insegurança alimentar, enquanto 1,4 milhões de crianças com menos de cinco anos estão subnutridas.
De acordo com a nota, emitida no final de uma visita de funcionários da ONU ao Sudão do Sul, está em causa a perda de vidas, meios de subsistência e esperanças para o futuro de milhões de pessoas em todo o país.
A emergência humanitária no Sudão do Sul explica-se por uma combinação de alterações climáticas, aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis e conflito armado, agravado pelos combates entre paramilitares e o exército do vizinho Sudão, que levaram mais de 190.000 pessoas a fugir para o Sudão do Sul, aumentando a pressão sobre recursos já escassos.
De acordo com a ONU, sete em cada dez sul-sudaneses têm entre 18 e 35 anos e o desemprego entre os jovens é de 50%, agravado por baixos níveis de educação, formação limitada e uma economia fraca.
Durante a reunião, os responsáveis daqueles organismos da ONU assinaram um novo acordo de parceria de cinco anos para renovar a cooperação entre as agências, permitindo-lhes aprofundar a sua colaboração e coordenação a nível global, regional e nacional para apoiar a realização do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 – Fome Zero.