A Forestis- Associação Florestal de Portugal votou desfavoravelmente a proposta da 3ªReprogramação do PEPAC durante a reunião de trabalho, que decorreu ontem no Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral, em Lisboa.
O Presidente da Forestis, Carlos Duarte manifestou-se completamente desagradado com o corte profundo aos incentivos financeiros previstos para o setor florestal, lançando o repto para que a Floresta nacional não seja abandonada. “Esta proposta é claramente um fator de desinvestimento ao setor florestal e de abandono à fileira”. Não pode haver a expetativa de uma gestão ativa se o Estado não nos apoiar”, classificou o dirigente.
Carlos Duarte advertiu que o PEPAC foi aprovado em agosto de 2022, estamos em outubro de 2024, até à data não se regista qualquer aviso de concurso, para que um agricultor ou um proprietário florestal se possa candidatar ao longo destes 26 meses, para concretizar algum investimento. É importante sinalizar este facto, porque fala-se, em execução de investimentos, mas muitas vezes a responsabilidade não é do investidor, é sim de quem tem a gestão efetiva da oferta de financiamento.”
Importa vincar que “os espaços florestais são cerca de 6 milhões de hectares, o que representa 60% do país, temos mais de 400 mil proprietários privados, além dos baldios. Para esses 60% do território, em que a coesão territorial possa ser efetiva tem de contar com valorizações económicas quer da agricultura, quer principalmente das florestas. Temos neste envelope do PEPAC, 7 220 milhões de euros sendo que, deste montante 153 milhões são destinados ao setor florestal. Isto é, para 60% do território, (espaços florestais) só foram destinados 2% da verba total do PEPAC.
Carlos Duarte realçou que, no PDR 2020, estava previsto para este tipo de medidas, cerca de 505 milhões de euros, foram executados até à data 420 milhões.
O presidente da Forestis apontou o dedo à retirada de 121, 5 milhões de euros à verba total prevista, em 2022, no PEPAC aprovado em agosto de 2022, pela Comissão Europeia.
Fonte: Forestis