A Câmara Municipal de Montalegre está a reforçar o apoio à produção de centeio, adquirido aos agricultores locais, com o objetivo de alcançar a certificação biológica.
A sementeira, realizada na Quinta da Veiga, prevê uma colheita de quatro toneladas no verão. Este esforço visa não apenas a valorização do cereal, mas também a criação de roteiros culturais e gastronómicos. Paralelamente, a autarquia continua a renovar fornos tradicionais, demonstrando o empenho do município em preservar e promover o seu património agrícola.
Com o celeiro da Europa a enfrentar os desafios da guerra na Ucrânia, a atenção vira-se para a produção interna, destacando-se o exemplo do centeio, um cereal que, outrora, foi uma importante fonte de rendimento agrícola. Nesse sentido, a autarquia de Montalegre está a revitalizar a produção de centeio na Quinta da Veiga. Este projeto inclui também a requalificação de fornos tradicionais, contribuindo para a dinamização da economia local.
A presidente da autarquia, Fátima Fernandes, partilhou os detalhes deste esforço durante a apresentação da XXXIII Feira do Fumeiro, realçando o trabalho na revitalização do centeio, um cereal cada vez mais valorizado devido à sua escassez no mercado. A sementeira na Quinta da Veiga resulta de uma parceria com a Cooperativa Agrícola do Barroso (CoopBarroso) e tem o objetivo de injetar dinamismo na economia local, estimular a produção de um cereal em procura crescente e, simultaneamente, requalificar fornos tradicionais.
Fátima Fernandes destacou ainda a facilidade na produção do centeio, que interage bem com o cultivo de batatas, uma prática tradicional na região.
Este esforço não se limita à produção de centeio, mas insere-se num projeto mais amplo que visa requalificar fornos no Barroso, colocando-os a produzir pão. A autarquia pretende, assim, criar roteiros culturais e gastronómicos, fortalecendo a identidade local e explorando os produtos de excelência da região.
Em Portugal, a produção de cereais tem enfrentado uma diminuição nas últimas décadas. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam uma redução de 3,8% na produção de cereais em 2023, com destaque para o trigo, a cevada e o milho.
O artigo foi publicado originalmente em Gazeta Rural.