Na manhã do dia de hoje, 2 de Fevereiro, decorrem manifestações de agricultores em diferentes locais do país, nomeadamente com marchas lentas em Montijo/Alcochete (na A33), em Vila Franca de Xira e na cidade de Coimbra (nas fotografias) e com bloqueios em Vila Verde de Ficalho, entre outros pontos. Estes protestos, organizados de forma espontânea e localizada e sem intervenção de confederações e sindicatos, seguem-se a manifestações que tiveram lugar ontem, 1 de Fevereiro, em diferentes zonas de Portugal, que terão sido organizadas na maioria pelo “Movimento Cívico de Agricultores”.
A estes juntam-se também uma manifestação que se realiza em Estarreja, organizada pela União dos Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro (UABDA) e pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA). Este protesto estava previsto pelo menos desde 31 de Janeiro.
Os manifestantes apresentam várias reivindicações – algumas de teor regional, como no caso do protesto em Coimbra –, expressam desconfiança quanto ao cumprimento das promessas do Governo e exigem conversações com representantes do Governo e soluções concretas para as reivindicações. As manifestações surgem após a polémica causada por um corte nos apoios dos ecorregimes (da Agricultura Biológica e da Produção Integrada), são motivadas por um conjunto alargado de problemas e têm lugar num momento em que têm vindo a ocorrer manifestações de agricultores em diversos países da União Europeia.
Em Portugal, na passada quarta-feira foi anunciada a reposição do valor cortado nos ecorregimes e o Governo apresentou um conjunto de medidas destinadas ao sector agrícola – no valor de quase 440 milhões de euros, com algumas medidas já previstas no Orçamento do Estado para 2024 e incluindo a reposição do valor alvo de cortes nos apoios dos ecorregimes –, tendo em vista fazer face aos impactos da seca e apoiar o rendimento dos agricultores. No fim do dia de ontem, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, reuniu por videochamada com representantes dos agricultores e terá deixado a garantia de que a maioria das medidas específicas anunciadas na quarta-feira irão entrar em vigor ainda em Fevereiro.
O artigo foi publicado originalmente em Revista Frutas Legumes e Flores.