A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, exigiu hoje, em Lisboa, a intervenção do Governo para que tragédias como a vivida há seis anos em Pedrógão Grande nunca mais aconteçam, lembrando haver fundos comunitários e públicos para o efeito.
Em declarações antes do início da 24.ª Marcha do Orgulho LGBTI+, em Lisboa, a dirigente bloquista argumentou que o melhor que se pode fazer com a memória das vítimas do incêndio é reivindicar “o muito que falta fazer”.
“Há fundos comunitários e públicos que foram dirigidos para precisamente recuperar estas áreas e garantir uma gestão florestal que impeça incêndios. O que sabemos hoje é que muito pouco foi feito e, na estrutura da floresta, muito pouco mudou para evitar ou para proteger o país das alterações climáticas e dos incêndios que sabemos são uma fatalidade nesta altura do ano e ainda mais com o aquecimento que se vive”, assinalou Mariana Mortágua.
Mantendo o tom crítico, frisou que o mais “impressionante é que os fundos que foram disponibilizados não tenham sido utilizados para a gestão territorial que foi prometida”.
“Há gente do interior e que quer viver no interior a quem temos de garantir um terreno seguro, uma casa segura. É preciso fazer uma gestão do território, Portugal tem fundos para o fazer. Se esse trabalho não foi feito há uma responsabilidade política de um governo que não fez”, apontou a líder do BE.
Sobre a postura do seu partido, enfatizou que o “BE foi muitas vezes a Pedrógão, vai e está no terreno”.
“As populações sabem que desde o primeiro momento estivemos ao lado daquelas populações, não só nos momentos simbólicos ou importantes, mas também nas lutas pelas políticas que contam, porque se queremos evitar e relembrar a memória das vítimas de Pedrógão temos de lutar para que não se repita uma tragédia daquelas e isso quer dizer gerir a floresta e é esse trabalho que não está a ser feito e tem de ser feito”, lembrou.
Instada a comentar a escala do Falcon 50 da Força Aérea, em Budapeste, na Hungria, para o primeiro-ministro assistir à final da Liga Europa, em futebol, e dar um abraço ao treinador José Mourinho, segundo afirmou o Presidente da República, a dirigente bloquista considerou-o “lamentável”.
“Parece-me uma péssima ideia. Acho lamentável que o primeiro-ministro tenha decidido parar uma viagem oficial para ir ver futebol, que tenha usado recursos de uma viagem oficial do Estado para fazer essa paragem. Acho ainda mais lamentável que tenha visto este jogo de futebol ao lado de um, enfim, líder autoritário [Viktor Órban] de extrema-direita de um país como é o da Hungria”.
E prosseguiu: “Parece, no entanto, que o país continua a ter coisas mais importantes para discutir. Hoje estamos aqui porque celebramos os direitos das pessoas LGBT, porque temos um país que se alegra por uma vida sem medo. Também por isso temos de perder menos tempo a falar de Viktor Órban hoje e mais tempo a celebrar e a exigir o direito à felicidade de todas as pessoas”.
“Que cada pessoa possa viver sem medo, é por isso que estamos aqui hoje, é por isso que queremos marchar hoje e queremos iniciar essa marcha muito em breve”, disse a líder do BE.