Mais de 1.500 operacionais e cinco meios aéreos continuam em operações nos incêndios da serra da Estrela e das Caldas da Rainha, atualmente em resolução, para evitarem reativações, disse hoje a Proteção Civil.
Segundo o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, os dois incêndios mais preocupantes estão em resolução, mas nos locais mantêm-se dispositivos para evitar reativações, principalmente tendo em conta que as previsões meteorológicas para os próximos dias apontam para um aumento das temperaturas e baixa humidade.
Em operações de vigilância nestas duas ocorrências, na serra da Estrela e nas Caldas da Rainha, estão envolvidos diretamente 1.568 operacionais, 515 meios terrestres e cinco meios aéreos.
Hoje e nos próximos dias, no caso do fogo na serra da Estrela, será “garantida a consolidação e um rescaldo eficaz na frente virada para o concelho da Guarda” entre a localidade de Seixo Amarelo e a freguesia de Gonçalo.
Em simultâneo, no município da Covilhã, o principal objetivo é manter os meios em vigilância ativa na Estrada Municipal 501 entre Teixoso e Verdelhos, de forma a impedir que nesta zona, identificada como um ponto quente e preocupante, seja combatida qualquer reativação, caso se confirmem as previsões de mudança do vento para o quadrante nordeste para hoje à tarde, e também consolidar zonas em Teixoso e Orjais.
Em Landal, nas Caldas da Rainha, mantém-se um reforço de 478 operacionais.
Neste caso, “a prioridade de ação para o dia de hoje é a consolidação de todo o perímetro e a priorização do flanco direito, pela proximidade à serra de Montejunto”, disse André Fernandes, salientando que o perímetro do incêndio está hoje a ser consolidado a partir do flanco até à cabeça por máquinas de rasto para evitar reativações.
De acordo com o comandante, às 12:00 existiam ainda outros seis fogos em fase de conclusão e em vigilância ativa, três dos quais no distrito de Castelo Branco, um na Guarda e dois em Santarém, com um total de efetivos de 88 bombeiros e 28 meios terrestres.
Segundo o responsável, que falava na sede nacional da ANEPC, em Carnaxide, no concelho de Oeiras (Lisboa), nos últimos quatro dias registaram-se 218 ocorrências de incêndios, das quais 50 na quarta-feira.
Na quarta-feira foram realizadas 92 missões aéreas, 33 delas de ataque inicial a incêndios e 53 de ataque ampliado.
Até às 12:00 de hoje, no incêndio da serra da Estrela tinham sido registadas 77 assistências médicas no total, 24 das quais foram feridos leves, três a feridos graves e 49 assistências no teatro de operações do combate ao fogo.
Nas Caldas da Rainha, foram quatro assistências no total, entre as quais uma que resultou na morte do vice-comandante dos Bombeiros de Óbidos, por “doença súbita”.
O incêndio que lavra na serra da Estrela há 11 dias foi dado como dominado pelas 21:30 de quarta-feira e às 14:00 de hoje permanecia em fase de resolução.
Este fogo deflagrou no dia 06 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, tendo chegado a ser dado como dominado no sábado, dia 13. Contudo, na segunda-feira, sofreu uma reativação.
O fogo consumiu parte substancial do Parque Natural da Serra da Estrela, uma área natural protegida e classificada pela UNESCO.
De acordo com a ANEPC, hoje encontravam-se ainda no local 1.090 operacionais, apoiados por cerca de 350 viaturas.
Segundo André Fernandes, para este teatro de operações estão ainda garantidos 17 grupos de reforço por parte de corpos de bombeiros para combate direto.
O incêndio nas Caldas da Rainha foi dado como dominado hoje às 04:25 e às 14:00 continuava em resolução.
Este fogo deflagrou às 13:45 de quarta-feira em Casais dos Rostos/Landal, nas Caldas da Rainha, distrito de Leiria, e alastrou ao concelho de Rio Maior, no distrito de Santarém.
No combate às chamas, durante a tarde de quarta-feira, registou-se a morte de um bombeiro, da corporação de Óbidos, por “doença súbita”.