O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros um subsídio especial para compensar prejuízos agrícolas provocados pelos incêndios deste mês, até ao valor de 6.000 euros, mesmo no caso de agricultura de subsistência indocumentada.
O anúncio foi feito pelo ministro-adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, onde foram aprovadas medidas de apoio para compensar os prejuízos provocados pelos incêndios deste mês.
“Há aqui um primeiro subsídio especial para compensar prejuízos agrícolas até ao valor de 6.000 euros”, anunciou o governante, realçando que “vai abranger muitos agricultores”.
Castro Almeida apontou que “muitos agricultores que fazem agricultura de subsistência não têm documentos, nem de compras nem de vendas, têm as sementes que recolhem no seu próprio campo e depois vendem no mercado mais próximo”.
O ministro disse que esta é uma forma de resolver o problema de muitos agricultores que não teriam como sobreviver nos tempos mais próximos.
Manuel Castro Almeida adiantou que, da avaliação que tem estado a ser feita no terreno, os danos provocados pelos incêndios na agricultura “são maiores do que a maioria das pessoas pensa”, ao contrário dos danos na indústria e na habitação, que são menores do que se esperava.
Adicionalmente, foi também aprovado um apoio para substituir animais ou reparar máquinas, equipamentos e armazéns agrícolas.
Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios que atingiram na passada semana, sobretudo, as regiões Norte e Centro de Portugal.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabilizou oficialmente cinco mortos nos fogos.
Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.