O Governo vai “antecipar o pagamento” de um milhão de euros a oito corporações de bombeiros para que possam pagar despesas imprevistas que tiveram com o incêndio na serra da Estrela.
“Tomámos a decisão de antecipar os pagamentos às corporações de bombeiros, às associações humanitárias, tendo em vista garantir que têm liquidez para pagar despesas que tiveram que realizar”, anunciou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
O ministro falava aos jornalistas após uma reunião na sede dos Bombeiros Voluntários de Manteigas, distrito da Guarda, e na qual marcaram presença mais sete corporações da região da serra da Estrela, entre presidentes de associações humanitárias e comandantes.
“Despesas imprevistas que tiveram de realizar, nomeadamente com alimentação e com despesas relativas aos combustíveis. Há também necessidades que têm a ver com viaturas que ficaram danificadas”, acrescentou o ministro.
José Luís Carneiro explicou que avisou os responsáveis dos bombeiros de que vai ser disponibilizado “cerca de um milhão de euros de antecipação de pagamentos para as corporações terem liquidez para poderem fazer face às necessidades com que estão confrontadas”.
“O mais breve possível, mal chegue, mesmo por estimativa. Foi isso que agora transmitimos às corporações, mesmo por estimativa. Fazendo chegar essas necessidades à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), esses pagamentos serão realizados muito rapidamente”, prometeu.
Questionado pela agência Lusa, o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Egitanienses, na Guarda, Carlos Gonçalves, disse desconhecer se a verba irá ou não chegar para suportar as despesas dos corpos de bombeiros com o combate às chamas.
Adiantou que, do que ouviu de alguns dirigentes, “provavelmente, o dinheiro não chegará”.
“O que é um facto é que, provavelmente, tendo em conta os valores que efetivamente eu ali ouvi [na reunião], que o milhão será curto, mas vamos aguardar”, disse Carlos Gonçalves.
Segundo o dirigente, a corporação de bombeiros da cidade mais alta do país, como base de apoio logístico, regista até ao momento um custo com combustíveis que “rondará os 100 mil euros”, mais “20 a 25 mil euros” com alimentação.
“São esses valores que nós iremos apresentar já à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, no sentido de eles, no mais curto espaço de tempo, nos poderem adiantar esse valor”, disse.
A reunião entre o MAI contou com a presença da secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, com o presidente da ANEPC, Duarte Costa, e com os responsáveis de oito corporações de bombeiros.
Estiveram presentes Manteigas, Belmonte e Covilhã, do distrito de Castelo Branco, Folgosinho (Gouveia), Celorico da Beira e, do concelho da Guarda, a sede de município e ainda de Gonçalo e Famalicão da Serra.
A serra da Estrela foi afetada por um incêndio que deflagrou no dia 06 em Garrocho, no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e foi dado como dominado no dia 13, mas sofreu uma reativação no dia 15 e foi considerado novamente dominado no dia 17 à noite.
As chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.