O incêndio que deflagrou no domingo na Samardã, Vila Real, mantém-se esta manhã com três frentes, uma delas a apresentar maior preocupação, mobiliza 421 operacionais e o combate vai ser reforçado com cinco meios aéreos.
“O incêndio mantém-se ativo, com três frentes, embora uma delas a apresentar maior preocupação, que é esta frente que se desenvolve na cumeada do Alvão (serra)”, afirmou o comandante distrital de operações de socorro (CODIS) de Vila Real, Miguel Fonseca.
Num ponto de situação feito pelas 08:00, no posto de comando instalado perto da aldeia de Benagouro, o responsável disse que uma das outras frentes está “em consolidação, praticamente toda fechada e em processo de rescaldo” e uma terceira, virada ao concelho de Vila Pouca de Aguiar, também está “praticamente a entrar em processo de consolidação”.
“Contamos que vai ser um dia complicado, até porque a área do incêndio é bastante grande, ainda há muitos pontos quentes”, salientou.
O CODIS disse que os meios aéreos, que esta manhã vão ser empenhados neste incêndio, vão ser “uma peça importante para reforçar o trabalho dos meios terrestres” e para que “quanto antes, se possa fechar os processos de consolidação, como também debelar rapidamente esta frente que ainda se mantém ativa”.
Vão ser empenhados cinco meios aéreos neste incêndio que está ativo há cerca de 24 horas e que já queimou uma vasta área de mato e algum pinhal e que, no domingo, colocou em perigo várias aldeias do concelho de Vila Real.
Devido à proximidade às localidades a prioridade foi, frisou, “salvaguardar pessoas e bens”.
O CODIS referiu que, esta manhã, o fogo não está próximo de qualquer aldeia, no entanto, apontou preocupações com as condições meteorológicas previstas para este dia, de calor e de vento forte.
“A partir do meio da tarde a direção do vento vai passar a ser muito errática, de difícil previsão. Não só as direções como a intensidade irão subir. Queremos ver se, durante a manhã, conseguimos consolidar o máximo possível a área do incêndio”, salientou.
Foi já, referiu, pedido um reforço de meios terrestres para este teatro de operações para não só fazer a rendição de operacionais empenhados no combate, como também desenvolver trabalhos de consolidação e de rescaldo.
Segundo o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção (ANEPC), para o local estavam mobilizados, pelas 08:00, 421 operacionais e 126 viaturas.
O alerta para o fogo foi dado às 07:00 de domingo, na serra do Alvão, zona da Samardã, e o vento forte e inconstante que se fez sentir empurrou-o em três frentes distintas, tendo atravessado a Estrada Nacional 2 (EN2) e a Autoestrada 24 (A24).
“A noite foi muito trabalhosa, mais do que estávamos à espera. Tivemos que ir fazendo a atualização do planeamento porque houve mudanças de intensidade do vento e houve alguns trabalhos que não correram conforme estávamos à espera tendo em conta a dificuldade de acessos, a orografia e a própria meteorologia, o que fez com que, efetivamente, houvesse momentos mais difíceis de gerir”, salientou Miguel Fonseca.
Até às 00:00 de hoje a área ardida já tinha ultrapassado os 3.000 hectares.
No distrito de Vila Real, há um outro incêndio que está a queimar uma área de pinhal no concelho de Mesão Frio. O alerta para este fogo foi dado às 15:02 de domingo e o combate mobiliza esta manhã 79 operacionais e 21 viaturas.
Face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um agravamento do risco de incêndio rural, o Governo determinou no sábado a declaração da situação de alerta no continente, que vigora entre as 00:00 de sábado e as 23:59 de terça-feira.