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– 12-12-2004 |
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Guin�-Bissau : Governo e ONG recomendam aprova��o urgente da Lei da TerraBissau, 11 Dez A medida � uma das 11 recomenda��es aprovadas no final do Atelier Nacional de Valida��o do Ante-Projecto do Regulamento Geral da Lei da Terra, iniciado sexta-feira em Bissau e cuja discussão, em debate desde 1995, tem sido pol�mica. Em causa está esclarecer quem det�m os direitos legais sobre a terra na Guin�-Bissau, uma vez que o Estado preconiza que ela lhe pertence, reservando �s popula��es autoctones o direito de serem consultadas apenas no momento de concessão a terceiros. Contudo, a regra tem sido o contrário, dado que as popula��es rurais, invocando sempre o direito consuetudin�rio, reclamam a exclusividade da perten�a da terra, o que tem levantado s�rios problemas com os agricultores industriais. Para dirimir o foco de conflito, o governo aprovou no Boletim Oficial, em Abril de 1998, a lei que consubstancia a perten�a legal da terra, atribuindo essa compet�ncia ao Estado, carecendo o documento ainda de uma regulamentação final pelo Parlamento. Hoje, nas resolu��es finais, governo e sociedade civil apelaram agora para a divulga��o, a todos os n�veis, da Lei e do Regulamento Geral antes e depois da sua entrada em vigor, que poder� acontecer em Janeiro de 2005, numa sessão, eventualmente extraordin�ria, da Assembleia Nacional Popular (ANP). Em declarações � Agência Lusa, � margem dos debates, o ministro da Agricultura, Floresta e Ca�a guineense, Jo�o de Carvalho, afirmou estar esperan�ado em que, de futuro, não haja mais pol�mica em rela��o � compet�ncia da perten�a da terra. Segundo o ministro, todos os aspectos relacionados com a perten�a da terra que se prendem com os direitos costumeiros das popula��es autoctones foram tidos em conta, de forma a salvaguardar os interesses destes e a evitar "conflitos desnecess�rios". Ou seja, esclareceu, a terra (solo e subsolo) pertence legalmente ao Estado, mas a sua gestáo e explora��o di�rias são reconhecidas �s popula��es autoctones. M�rio Martins, coordenador da equipa pluridisciplinar que está a trabalhar no documento que será submetido ao Parlamento para valida��o final, explicou que o motivo de eventuais conflitos sobre a perten�a da terra está caucionado, na medida em que as popula��es rurais seráo consultadas no momento da concessão. Por outro lado, as popula��es passar�o Também a receber uma contrapartida anual no valor de 20 por cento sobre o imposto fundi�rio logo que um terreno da sua zona for concedido pelo Estado a um terceiro. Contudo, M�rio Martins reconheceu que ainda h� "muita resist�ncia" das popula��es autoctones, que insistem em desafiar a autoridade na perten�a da terra, facto que disse ser motivado por desconhecimento dos novos dispositivos legais. "S� que essas popula��es v�o perder dinheiro e factores de desenvolvimento, como escolas e serviços de Saúde b�sicos, que podiam ser constru�dos nas suas zonas com a concessão de terrenos situados nas suas zonas de resid�ncia", afirmou. O Fundo das Na��es Unidas para a Agricultura (FAO) e o Banco Mundial (BM) são as duas organizações internacionais que, desde 1995, estáo a financiar os estudos relacionados com a Lei da Terra na Guin�-Bissau.
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