O ministro do Comércio da Guiné-Bissau, Jamel João Handem, pediu hoje à população do país para que ajude a fiscalizar o cumprimento da redução do preço do arroz fixada pelo Governo.
O governante apelou “à população para ser a primeira a fiscalizar”, durante uma conferência de imprensa em que vincou que “existem números (contactos)” disponíveis para “alertas e denúncia” de situações em que o principal produto alimentar da Guiné-Bissau não esteja a ser vendido ao preço estabelecido.
O Governo decidiu reduzir de 22.500 cfa (34 euros) para 17.500 cfa o preço preço máximo do arroz da espécie trinca 100% partido, medida que vigora desde quarta-feira e que foi aplaudida pela associação de defesa dos consumidores (Acobes), que pediu “mão dura” perante os comerciantes que não acatem a decisão de baixar o preço do arroz.
A Associação de Retalhistas de Mercados da Guiné-Bissau quer saber se serão autorizados a vender no preço atual o produto que têm já nos armazéns ou se serão reembolsadas das perdas que vão sofrer, caso vendam ao novo preço determinado pelo Governo.
O ministro do Comércio respondeu hoje aos retalhistas que devem primeiro “fazer o trabalho de casa”, concretamente um inventário do arroz que têm armazenado, para apresentar ao Governo que “fará a verificação para dar compensação”.
“Sem fazer o trabalho de casa, é complicado”, afirmou, sublinhando que o processo tem de ser feito “com regras” e que “prejuízos tem a população com a especulação” existente no mercado.
O Governo da Guiné-Bissau determinou uma redução do preço do arroz que aproxima o custo daquele que é o principal produto alimentar no país de valores anteriores à escalada dos últimos anos.
A redução do custo deste produto foi a principal medida saída da primeira reunião extraordinária do Conselho de Ministros do novo Governo guineense, na terça-feira, e que fixa o preço máximo do arroz da espécie trinca 100% partido em 17.500 cfa (26 euros) por saco de 50 quilogramas.
A medida foi anunciada, no final da reunião, pelo primeiro-ministro, Geraldo Martins, que vincou que os novos preços entrariam em vigor no dia seguinte (quarta-feira) e traduzem-se e numa redução de “22%”, face ao preço atual de 22.500 cfa (34 euros).
O chefe do executivo notou que a medida surge pouco mais de uma semana depois da entrada em vigor do novo Governo da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI)-Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).