O Vale da Rosa está a crescer. Há uma fundação na calha para puxar pela região e potenciar novos projetos.
São 16h30. O grupo de trabalhadores acelera rumo à camioneta que os vai transportar até Vila Verde de Ficalho, mesmo ao lado da fronteira espanhola. São cerca de 100 km com duas paragens pelo caminho para irem deixando colegas, o que significa que alguns têm pela frente duas horas de estrada depois da jornada de trabalho iniciada às 7h30, a apanhar uvas sem grainha na Herdade Vale da Rosa, em Ferreira do Alentejo. Durante a campanha (junho-novembro), fazem a viagem casa-trabalho-casa diariamente e, ao contrário dos colegas, dificilmente estão disponíveis para horas extra porque a sua rotina diária começa pelas 4h da manhã.
No passado recente, vinham quatro camionetas de Vila Verde de Ficalho para as vinhas. Agora, vem apenas uma e tem de parar pelo caminho para apanhar alguns trabalhadores. “Por estes lados, há cada vez menos gente”, dizem todos. E este é um sinal de alerta para António Silvestre Ferreira, dono da Herdade Vale da Rosa, lutar pelo reconhecimento da Fundação Vale da Rosa. O objetivo? Trazer pessoas para o Alentejo, fidelizá-las, promover a região e o seu desenvolvimento. Mais do que repovoar, quer “formar e fixar” pessoas por aqui, certo “das condições de Ferreira do Alentejo para produzir sabor”. “Tem características únicas para exacerbar a qualidade organolética do que se produz”, comenta enquanto saboreia as suas uvas. […]