A todos os níveis, desde Eduardo Cabrita na Administração Interna a Tiago Oliveira na AGIF, tinha sido adotada uma atitude de arrogância que não lhes permitia ouvir os especialistas
Os sistemas políticos são apenas um caso particular dos sistemas ecológicos e partilham, por isso, os mesmos princípios. A Ciência da Ecologia já estabeleceu há muito tempo e de uma forma clara que a Estabilidade dos ecossistemas, o seu funcionamento e a resiliência a perturbações beneficiam claramente de uma adequada Diversidade biológica, em que as diversas espécies, cada uma ocupando o seu próprio nicho ecológico, encontram formas de Sociabilidade na constituição de comunidades saudáveis.
O recordar destes princípios é particularmente útil na reflexão sobre as próximas eleições. Trata-se de escolher a composição de uma Comunidade Parlamentar que, representando as várias “espécies” do quadro partidário, possam funcionar em conjunto, resistir a perturbações e garantir a Estabilidade. Precisamos por isso, como em qualquer sistema ecológico, de criar Diversidade com Sociabilidade.
A questão da Sociabilidade é agora central. No quadro do Socialismo deveria ser natural, privilegiando a cooperação em vez da competição. E, no entanto, parece que volta a ser infelizmente atual o título da obra de Bernard Shaw “Um Socialista Insociável”. Será que, de repente, os que se reclamam do socialismo se tornaram insociáveis? São, no entanto, os mesmos que conseguiram, em 2015, construir com sucesso uma “geringonça de acordo escrito” que durou quatro anos e da qual todos se recordam e orgulham. E os construtores desta primeira boa experiência de Socialismo Sociável, António Costa, Jerónimo Sousa, Catarina Martins, com a mão de Pedro Nuno Santos, são os mesmos. No entanto, os dois últimos anos, […]