A atual incendiolândia é o monotema das últimas semanas em todos os canais de televisão com espaços noticiosos e existe com um – e único – propósito: chocar.
Não fosse este um período de enorme sofrimento para as pessoas que têm casas e outros bens perto de áreas florestais e este seria o período do playground do jornalismo televisivo. Sejam bem-vindos à incendiolândia.
A aversão à ausência de acontecimentos que resultem em notícia ou a tomada de assalto dos fait-divers, próprios da chamada silly season, podem ser algumas das explicações para que a performance justiceira, trágica e ensimesmada dos repórteres perto dos locais dos incêndios se torne um denominador comum a todos os canais e a todos os profissionais. Triste imagem esta do jornalismo.
O que temos, então? Imagens mais ou menos repetidas de jornalistas mais ou menos intoxicados com chamas e fumo em pano de fundo, planos fechados que impedem a contextualização do local do incêndio – o que leva a uma espécie de fogo nacional que toma conta do bom senso de qualquer cidadão que consuma […]