O cabeça de lista do JPP às eleições legislativas da Madeira deslocou-se hoje a Câmara de Lobos para denunciar a má gestão da empresa pública responsável pelo setor da banana na região, acusando a Gesba de provocar prejuízos aos produtores.
No sexto dia de campanha eleitoral, Élvio Sousa foi ao encontro do presidente da Associação de Produtores de Banana da Madeira, Antonino de Abreu, que tem vindo a reivindicar constantemente o aumento dos valores pagos pela banana e a denunciar a gestão feita pela Gesba.
“Queríamos em primeiro lugar informar que sempre estivemos do lado dos agricultores que, infelizmente, podiam ter um rendimento muito superior se as políticas deste Governo [Regional] fossem acertadas”, realçou o candidato, em declarações aos jornalistas.
Élvio Sousa explicou que os produtores não podem vender a banana livremente se não estiverem associados a um agrupamento de 100 produtores, com uma faturação anual de cinco milhões de euros, acusando o Governo Regional de ter criado uma “lei protecionista” em 2016.
O cabeça de lista acusou o presidente do executivo madeirense (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, de “usar um modelo comunista para a agricultura” e de ter promovido um “monopólio público”.
Segundo Élvio Sousa e o presidente da ABAMA, a Gesba tem deixado bananas apodrecerem na terra, causando prejuízos aos produtores.
O JPP não defende o fim da Gesba, mas considera que a empresa pública tem de ser reestruturada e os trabalhadores que “vão buscar a banana acima da terra” é que têm de ser valorizados, frisou.
“Não é preciso conselho de administração, não são precisos carros para o setor da administração. É preciso é reduzir uma série de gorduras”, afirmou Élvio Sousa.
“O que está a acontecer é que os técnicos que estão a ser contratados são dispensáveis. Onde é preciso reforçar nesta altura são os trabalhadores que vão apanhar a banana em cima da terra”, reforçou.
O cabeça de lista do JPP apontou que a Gesba “não é uma empresa, é uma ave de rapina e um soverdouro do dinheiro do povo e dos rendimentos”.
Élvio Sousa desafiou ainda o Governo Regional a compensar os bananicultores pelos prejuízos, devolvendo-lhes os 3,5 milhões de euros gastos na construção do Museu da Banana, no concelho da Ponta do Sol.
As legislativas da Madeira decorrem em 24 de setembro, com 13 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.