A Câmara de Almodôvar avançou com o processo de registo do concelho como “Capital Nacional do Medronho da Serra”, junto do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual, para valorizar a produção e os produtores, disse hoje o presidente do município.
“Almodôvar tem essa ambição porque temos as condições para ter o melhor medronho do mundo, seja pelo ‘terroir’, pela qualidade do produto ou pelo saber fazer, que é ancestral”, justificou o presidente do município alentejano, António Bota (PS).
De acordo com o eleito, o projeto da câmara municipal do distrito de Beja visa promover a aguardente de medronho e demais produtos derivados deste fruto, “de modo a que seja conhecida nacional e internacionalmente e seja uma referência para todos”.
“O medronho é mais um produto endógeno onde nos destacamos e fora destes concelhos serranos poucos municípios têm medronho com esta qualidade”, sublinhou.
António Bota lembrou que o concelho tem, neste momento, “quatro produtores [de aguardente de medronho] e seis alambiques legalizados”.
“Mas os atuais produtores estão a ficar velhos e têm um conhecimento e uma sabedoria que tem de ser passada”, acrescentou.
É nesse seguimento que surge a candidatura de Almodôvar a “Capital Nacional do Medonho da Serra”, com o presidente da autarquia a admitir a possibilidade de ser criado um Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE) ou uma linha de ação de valorização do produto, para captação e formação de novos produtores.
“Queremos que se mantenha a mesma tradição, a mesma qualidade e a mesma metodologia no fazer, com a diferença de ser conhecido e ser valorizado”, disse à Lusa.
A par disso, o projeto prevê também “motivar e estimular e financiar cursos de formação para fazer medronho”, reforçou.
António Bota explicou que, nesse âmbito, estão previstas ações de degustação, a comercialização de aguardente de medronho em restaurantes e bares ou campanhas junto de agências de promoção.