A Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (DG AGRI) da Comissão Europeia revelou que o comércio agroalimentar no bloco comunitário totalizou os 401,5 mil milhões de euros em 2022.
As importações aumentaram 41,6 mil milhões de euros face a 2022. Já as exportações apenas 31,7 mil milhões. O que resultou numa balança comercial positiva de 58 mil milhões, menos 10 mil milhões que em 2021. A principal razão foi o aumento dos preços dos produtos agrícolas primários, em especial o café e a soja.
Exportações agroalimentares
As exportações aumentaram 16% para os 229,8 mil milhões de euros. Os cereais e as preparações à base de cereais e produtos para a moagem foram as categorias a crescerem mais, representando 7% e 10% de todas as exportações, respetivamente.
A exportação de trigo aumentou para as economias em desenvolvimento. Argélia (4,9 milhões de toneladas), Marrocos (4,1 milhões de toneladas), Egito (2,9 milhões de tonelada) e Nigéria (2,5 milhões de toneladas) foram os principais destinos.
Uma das principais exportações da UE continua a ser os lacticínios, com exportações no valor de 20,4 mil milhões de euros em 2022. A carne de suíno também continuou a ser o maior produto exportado ao nível da carne no ano passado, com 13,8 mil milhões de euros, apesar da queda da procura chinesa.
Em termos de parceiros comerciais, o Reino Unido continua a ser, de longe, o principal destino das exportações da UE, representando um quinto do total das exportações. Os Estados Unidos da América ocupam o segundo lugar, com 13 % das exportações da UE em 2022, seguidos pela China, com 7 % do total das exportações da UE.
Importações agroalimentares
As importações aumentaram 32% em valor face a 2021, representando 171 mil milhões. O aumento deve-se principalmente ao aumento dos preços globais, especialmente para as oleaginosas e o café.
O principal produto importado foram as oleaginosas e colheitas proteicas, que totalizaram 26,8 mil milhões. A DG AGRI nota que o aumento dos preços globais foi combinado com uma necessidade crescente de importações de girassol e soja devido à seca do verão de 2022. O mesmo aconteceu com as importações de milho para compensar a queda da produção interna da UE.
Por outro lado, as frutas e frutos de casca rija, bem como o café, o chá, o cacau e as especiarias continuam a ser a segunda e a terceira principais categorias agroalimentares importadas para a UE em termos de valor, que aumentaram significativamente face a 2021, enquanto os volumes permaneceram relativamente estáveis.
O Brasil continua a ser a principal fonte de importações para a UE, representando 12 % do total das importações do bloco comunitário. O Reino Unido ocupa o segundo lugar, com 9%. A Ucrânia ultrapassou os EUA, ocupando assim o terceiro lugar, tendo aumentado 88% num ano.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.