A China reportou hoje um surto de gripe aviária H5N1 na província central de Hunan, próximo Wuhan, epicentro do coronavírus que causou 304 mortos e está a paralisar o país. O surto ocorreu numa quinta no distrito de Shuangqing, cidade de Shaoyang. O surto matou 4.500 das 7.850 galinhas que a quinta possuía. As autoridades locais abateram 17.828 aves nas proximidades, após o surto, segundo um comunicado do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China. Não foram relatados ainda casos de infeção humana pelo vírus H5N1 em Hunan.
O surto surge numa altura em que as autoridades chinesas tentam travar a propagação de um novo coronavírus, que causou 304 mortos e mais de 14 mil infetados no país, e que foi inicialmente detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei, que faz fronteira com Hunan.
A gripe aviária causa doenças respiratórias graves em aves e é contagiosa entre seres humanos. O vírus foi detetado pela primeira vez em 1996 em gansos na China e é sobretudo mortal para as aves. A possibilidade de transmissão da gripe aviária entre seres humanos é baixa, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria das infeções humanas por H1N5 surge após contacto prolongado e próximo com aves infetadas.
No entanto, a gripe aviária tem uma taxa de mortalidade superior a 50%, muito acima da síndrome respiratória aguda grave (SARS), também conhecida como pneumonia atípica, e que tem uma taxa de mortalidade de 10%, ou o novo coronavírus, que tem uma taxa de 2%, até agora.
Entre 2003 e 2019, a OMS relatou um total de 861 casos humanos confirmados de H5N1, em todo o mundo, entre os quais 455 morreram. Na China, houve 53 casos humanos de infeção por gripe aviária, nos últimos 16 anos, e um total de 31 mortos.