A Aquila Clean Energy revelou que o seu novo projeto da central de Cercal do Alentejo vai coexistir com atividades agrícolas, os polinizadores e o gado ovino. A decisão surge após os condicionantes levantados pela Agência Portuguesa do Ambiente e através da incorporação dos vários contributos provenientes da fase de consulta pública, noticia o Jornal de Negócios.
A construção arranca já este ano, terá a duração de 12 meses e prevê o aumento da distância mínima dos módulos solares em relação às casas existentes no local: entre 250 e 500 metros.
Além disso, a Aquila Clean Energy prometeu que “não será cortada nenhuma árvore para a instalação da central” e que será criada uma cortina verde à volta e também no interior, com seis mil árvores e arbustos.
A empresa garante também que o uso de cimento na construção do projeto será reduzido ao mínimo e a distância entre as filas de painéis permitirá que a chuva cai no terreno, para garantir que os solos continuam permeáveis.
“Está ainda a ser desenvolvido um projeto agrivoltaico em conjunto com uma universidade portuguesa, com o objetivo de garantir uma utilização conjunta dos solos para a produção de energia e para atividades agrícolas especificamente adaptadas às características existentes em Cercal do Alentejo”, refere o comunicado da empresa.
O projeto tem enfrentado a oposição da população local, que defende a construção de várias centrais mais pequenas, em vez de uma com uma dimensão tão grande, e também do Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza (PAN).
Nas redes sociais, o movimento cívico “Juntos pelo Cercal do Alentejo” continua ativo e acusa a APA de não proteger o património natural da região.
O diretor de Desenvolvimento e Construção da Aquila Clean Energy em Portugal, Manuel Silva, defende-se das críticas afirmando que “projetos de grande dimensão têm uma maior responsabilidade ambiental e social. É por essa razão que queremos colaborar com atores locais e universidades”.
Já na fase de operação do projeto, a empresa prevê a “criação de dezenas de postos de trabalho diretos e indiretos, nas áreas de serviços de operação e manutenção, gestão técnica e comercial, segurança, gestão da vegetação, limpeza de módulos solares, entre outras”.
A sede social da empresa que detém este projeto (Cercal Power S.A.) será instalada na freguesia de Cercal do Alentejo, “garantindo que os proveitos fiscais se mantêm no território”.
Cercal: Painéis solares vão conviver com abelhas e gado ovino
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.