Previsões Agrícolas
As previsões agrícolas, em 31 de julho, apontam para um ano agrícola novamente marcado pela seca que atinge 96,9% do território do Continente, dos quais 34,4% em seca severa ou extrema (a sul do Tejo).
A colheita dos cereais para grão de outono/inverno está concluída, confirmando a atual campanha como a pior de sempre para todas as espécies cerealíferas, resultado dos decréscimos de área e de produtividade.
A escassa produção de matéria verde para o pastoreio, em particular a sul do Tejo, obrigou à antecipação da suplementação dos efetivos pecuários em regime extensivo com alimentos conservados, aumentando a procura num cenário de escassa oferta, com os preços a duplicarem face a 2022.
A instalação das culturas de primavera/verão decorreu com normalidade, com a campanha de regadio assegurada em 60 albufeiras hidroagrícolas, mantendo-se 5 com restrições de utilização de água de rega desde o ano passado. De um modo geral, as culturas de primavera/verão apresentam um regular desenvolvimento, embora no caso do tomate para a indústria se antevejam produtividades inferiores ao normal.
Os pomares de pereiras e macieiras deverão registar decréscimos de produtividade pelo segundo ano consecutivo (10% e 15%, respetivamente). A produção de cereja foi menos de metade (-55%) da campanha anterior.
Gado, aves e coelhos abatidos
O peso limpo total de gado abatido e aprovado para consumo em junho de 2023 foi 36 935 toneladas, o que correspondeu a um decréscimo de 1,3% (-1,7% em maio), resultante do menor volume de abate registado nos bovinos (-6,5%), ovinos (-14,2%) e caprinos (-35,4%). O peso limpo total de aves e coelhos abatidos e aprovados para consumo foi 33 845 toneladas, o que representou um acréscimo de 5,9% (+4,5% em maio), com um maior volume de abate de galináceos (+4,3%) e patos (+130,9%).
Produção de aves e ovos
O volume de frango diminuiu 1,3%, com uma produção de 25 650 toneladas (+0,3% em maio), tendo em número de cabeças apresentado um decréscimo de 3,3% (+2,6% em maio). A produção de ovos de galinha para consumo registou uma redução de 0,7% (-1,9% em maio), com 9 532 toneladas produzidas.
Produção de leite e produtos lácteos
A recolha de leite de vaca foi 164,5 mil toneladas, o que representou um acréscimo de 1,9% (+2,5% em maio). O volume total de produtos lácteos registou um aumento de 11,1% (+3,6% em maio), especialmente devido à maior produção de leite para consumo (+15,0%), nata para consumo (+41,7%), leite em pó (+22,6%) e manteiga (+2,6%).
Pescado capturado
O volume de capturas de pescado em Portugal aumentou 9,3% (+11,8% em maio), justificado pela maior captura de peixes marinhos e crustáceos. Às 13 595 toneladas de pescado correspondeu uma receita que totalizou 29 151 mil euros, valor que representou um decréscimo de 9,0% (-5,2% em maio).
O preço médio do pescado descarregado foi 2,08 Euros/kg, ou seja, uma diminuição de 15,8% (-14,2% em maio).
Preços e índices de preços agrícolas
Em julho de 2023, as variações mais significativas no índice de preços de produtos agrícolas no produtor foram observadas no azeite a granel (+73,1%), ovos (+29,4%), batata (+25,7%), suínos (+20,4%), frutos (+19,2%) e
hortícolas frescos (-11,3%).
Em comparação com o mês anterior, as variações de maior amplitude verificaram-se nos hortícolas frescos (+10,7%), frutos (-9,0%) e ovinos e caprinos (-7,6%).
Em junho de 2023, o índice de preços de bens e serviços de consumo corrente (INPUT I) registou um decréscimo de 1,5% e o índice de preços de bens e serviços de investimento (INPUT II) registou uma variação positiva de 4,3%. Relativamente ao mês anterior, verificou-se um decréscimo de 1,4% no índice de preços de bens e serviços de consumo corrente enquanto que, no índice de preços de bens e serviços de investimento, a variação foi pouco significativa.
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O artigo foi publicado originalmente em INE: publicações.