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– 15-02-2004 |
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Azeite nos galheteiros dos restaurantes � adulteradoOs produtores e comerciantes de azeite afirmam que os galheteiros de muitos restaurantes cont�m um produto adulterado e querem regras para proibir o consumo não identificado daquele �leo de azeitona. "Na melhor das hip�teses, o azeite consumido � mesa dos restaurantes � misturado com �leo", acusou em entrevista � Lusa o presidente da Casa do Azeite (Associa��o do Azeite de Portugal), Pedro Cruz, que representa de 95 por cento da comercializa��o e metade da produ��o nacional do sector. Pedro Cruz baseia as acusa��es na experi�ncia dos 72 associados da Casa do Azeite, "que Também v�o a restaurantes de todas as classes e sabem reconhecer o que � um azeite". "H� um problema de fiscaliza��o, até porque não se pode actuar. O dono do restaurante pode mostrar aos inspectores a garrafa do azeite, da qual supostamente foi enchido o galheteiro, e transfere a responsabilidade para o produtor. não h� como provar", explica. O ministério da Agricultura reconhece que, nesta área, os direitos do consumidor não estáo protegidos e anunciou que está a elaborar um diploma para obrigar a uma identifica��o dos azeites na restaura��o. "Estamos a preparar uma portaria, que vai ser publicada em breve, para obrigar a uma identifica��o dos azeites na restaura��o", disse hoje � agência Lusa Paiva Caldeira, do gabinete de Planeamento e Pol�ticas Agro Alimentares do Ministério da Agricultura. O diploma vai obrigar os restaurantes a comercializar o azeite em garrafas inviol�veis, nas quais o l�quido pode ser retirado mas nada pode ser introduzido, um sistema parecido com o das garrafas de whisky. "Tem de ser um fecho inviol�vel, mas o usado nas garrafas de whisky levanta alguns problemas, nomeadamente de custos elevados para o sector. Estamos a estudar a melhor forma de ultrapassar esses problemas", adiantou Paiva Caldeira. A Casa do Azeite lembra que, h� algumas d�cadas, os restaurantes punham nas mesas um prato com um peda�o de manteiga e um jarro de vinho, e que hoje ambos os produtos são oferecidos em embalagens inviol�veis na maioria dos estabelecimentos hoteleiros. "No azeite, estamos 20 anos atrasados face aos outros sectores", afirma o presidente da Casa do Azeite, alertando para os perigos que os consumidores incorrem ao comprar "gato por lebre". Em 1981, em Espanha, morreram mais de 45 pessoas e oito mil sofreram intoxica��es, por envenenamento alimentar devido � mistura no azeite de �leo de colza, um �leo industrial, não refinado, que � t�xico. A pol�cia espanhola acabou por descobrir várias instala��es, nos arredores de Madrid, nas quais era engarrafado o azeite falsificado e confiscou grandes quantidades do produto adulterado. Onze anos depois, alguns dos afectados por aquela doen�a t�xica vieram a público dizer que continuavam � espera de ser indemnizados e calculavam que o azeite adulterado j� tinha provocado a morte de 987 pessoas em Espanha.
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