Temos vivido um clima muito preocupante face a tantos fatores de distúrbio nas nossas indústrias, nomeadamente os preços de todos os fatores de produção, com a agravante do preço periclitante da energia. Na verdade, as empresas encontram-se numa fase financeira muito complicada pois não conseguindo refletir os custos nos preços dos produtos, estão a perder dinheiro.
Apesar das tentativas de ajuda da APIC, em transmitir algumas soluções que levem não só a reduções de custo como também à procura de práticas mais sustentáveis, na realidade, todas as indústrias têm continuado a lutar, individualmente, contra os mesmos problemas.
Neste sentido, a APIC, enquanto entidade agregadora relembrou que todos juntos somos mais fortes, organizando recentemente duas reuniões presenciais com os seus associados, a fim de ser possível encontrar caminhos comuns e soluções coletivas, designadamente recorrendo à economia de escala e à procura de pontos de união trazendo vantagens sociais, ambientais e económicas para cada uma das indústrias.
Os encontros foram alargados à participação de indústrias que não são associadas, como oportunidade para trazer até nós potenciais associados, reforçando a capacidade interventiva da APIC.
Assim, organizámos a primeira reunião no dia 27 de fevereiro, na “Casa do Território”, em Vila Nova de Famalicão. Nesta reunião, foi feita a primeira abordagem para o trabalho profícuo da associação e da necessidade de trabalharmos em mais objetivos comuns. Esta reunião teve essencialmente participações de industriais do norte, pelo que, foi proposto outro encontro, desta vez no centro do país, para que mais associados viessem, alargando-se assim a participação a empresas de todo o país.
Assim foi!
Encontrámo-nos de novo, no passado dia 20 de abril, na Quinta dos Castanheiros- Morgatões- em Leiria, evento patrocinado pela empresa associada da APIC-INCARPO, a quem aproveitamos para agradecer.
A ordem de trabalhos foi diversa, debateu-se a falta de inspetores sanitários nos matadouros, condicionando a atividade das nossas unidades de abate. Sobre esta matéria foram transmitidas as várias ações tomadas pela APIC e a inoperância do estado nesta matéria.
Outro tema que foi objeto de reflexão foi a recente lei n. 17/2023 sobre a isenção do valor do IVA. Relativamente a este assunto, ficou acordada elaboração de um comunicado, que à hora de publicação deste texto, já foi divulgado pela imprensa.
Também foi tema de grande preocupação as ações que têm vindo a ser efetuados por agentes da GNR, que têm levantado autos sobre matéria de âmbito alimentar, sabendo nós que não é matéria dominada por esta força policial, uma vez que não estão devidamente formados para este efeito.
Na reunião, estiveram mais de quarenta associados, incluindo não associados, tendo havido um debate dinâmico, com muita participação dos intervenientes, com partilha de problemas e formas de os solucionar. Tendo sido uma reunião muito frutífera.
Somos um país pequeno e mesmo assim nem todos nos conhecíamos, só por isso, já terá valido a pena!
Antes da reunião terminar, ficaram decididas as medidas a serem implementadas enquanto associação no contexto de defesa dos interesses dos associados.
Todos manifestaram vontade de voltar a ter um encontro desta natureza, no final do verão deste ano.
Mais uma vez, manifesto o meu apreço pela dinâmica dos nossos associados! A associação é dos associados e todos juntos teremos, com certeza, mais força!
Graça Mariano
Diretora executiva da APIC
Fonte: APIC