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– 29-07-2004 |
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Ambiente : Metade da Amazónia pode tornar-se savanaBrasília, 28 Jul O alerta partiu de centenas de cientistas brasileiros e estrangeiros que participam até quinta-feira, em Brasília, na III Conferência Científica do LBA, sigla em inglês para Experiência de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazónia. O projecto, liderado desde 1998 pelo Brasil, é a maior e mais abrangente iniciativa em pesquisa ambiental já realizada para a região tropical do planeta – uma área de seis milhões de quilómetros quadrados -, com o financiamento das principais agências de fomento brasileiras, pela agência espacial norte-americana NASA e pela União Europeia (UE). Em seis anos de trabalho de mais de um milhar de pesquisadores, o projecto contou com investimentos na ordem dos 80 milhões de dólares (66 milhões de euros), sendo 35 milhões de dólares (29 milhões de euros) do Brasil, igual ao valor da NASA e os outros 10 milhões de dólares (8,3 milhões de euros) da UE. O coordenador do LBA, Carlos Nobre, considerou que já existe uma tendência de alteração do clima em 15 por cento da amazónia brasileira e, num cenário pessimista, a savana ocupará 60 por cento da floresta se persistir o desflorestamento acelerado. Cerca de 14 por cento da Amazónia (quatro milhões de quilómetros quadrados) já foi devastada e dez por cento dessa área, equivalente ao Estado de São Paulo, está abandonada porque o solo se tornou pobre em nutrientes, com erosão acentuada ou porque os pequenos agricultores não investiram no plantio por falta de recursos. Só na região brasileira da floresta amazónica 20 a 25 mil quilómetros quadrados são desflorestados por ano, de acordo com dados oficiais. As pesquisas do LBA comprovam que o abate de árvores e as queimadas na Amazónia não só aceleram o efeito de estufa, como estão directamente relacionados com mudanças drásticas na formação de nuvens, factor que pode diminuir a ocorrência de chuvas até mesmo em outras regiões do Brasil (Centro Oeste, Sul e Sudeste). Outra descoberta foi que as plantas têm dificuldades em renascer nas áreas queimadas principalmente por falta de nitrogénio e não de fósforo, como se pensava anteriormente. "O nitrogénio, elemento químico abundante na floresta, desaparece com o fumo", afirmou o pesquisador Michael Keller do Instituto Internacional de Estudos das Florestas Tropicais, ligado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Os cientistas já constataram que o fumo das queimadas – com a emissão de aerossóis – chega em algumas áreas da Amazónia a reduzir, até 60 por cento, a radiação solar disponível para a fotossíntese das plantas, além de estimular a concentração do ozono fito tóxico, que é prejudicial às plantas e danifica a floresta ainda não queimada. Vários outros estudos sobre o ciclo do carbono nas áreas florestais preservadas não excluem a possibilidade de que a floresta amazónica seja uma zona que absorve o excesso de carbono da atmosfera, o grande responsável pelo efeito de estufa. Todas as pesquisas desenvolvidas no âmbito do LBA permitem agora aos especialistas ter uma visão mais precisa de como a vegetação interage com a atmosfera e qual é o impacto da presença do Homem na floresta amazónica. Estima-se que cerca de 24 milhões de pessoas vivam na Amazónia, que se estende pelo Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela.
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