Há o combate do activismo poluído, com ruído e sem rigor. E há a Zero: entra no ringue de boxe do debate público com as luvas postas e veste a camisola da ética.
Não posso defender a honra do PÚBLICO, muito menos a minha, não me fica bem. Mas posso defender a honra de uma pessoa com quem nunca terei estado e que só conheço da sua vida pública.
É um homem que há 30 anos, era eu bebé, já sabia de ambiente e sustentabilidade e por isso habituei-me a ouvir a sua voz sóbria e sabedora. Tantas vezes o ouvi criticar o poder, este governo e outros antes deste, ou será que só eu é que reparei?
Vou por isso ignorar leitores como “catita.1219409”, “JMA”, “Tokenwolf” e outros que, valentes cidadãos, se escondem debaixo do capote do anonimato para insultar pessoas nos jornais.
Tenho primeiro de admitir uma coisa: caros anónimos, fui apanhada. Subestimei a vossa inteligência e olho vivo e aqui estou, serena, mas curvada, pronta a confessar tudo. Sim, a EDP já me enviou o cheque. Não resisti. Sempre quis ter uma casa na Toscana. Triste ter sido assim, mas é desta.
Na semana passada, a propósito do Coffee Break sobre os 1900 sobreiros que a EDP deverá cortar em Morgavel, ao pé de Sines, um leitor desconfiou ao “ver tantas opiniões a concordar” comigo, na caixa de comentários no nosso site, e ficou “quase a pensar” se o meu texto “não [seria] um artigo encomendado por uma agência de gestão de crise”… Bingo!
Não chegou a ser um pensamento, foi só “quase”, mas ainda bem que não o guardou para si. Estava na cara, reconheço agora. Como é possível tantas pessoas concordarem?! A “prova” da “encomenda” é que os alegados leitores que gostaram do texto só podem ser “os colaboradores da agência de gestão de crise” que vieram “expressar o seu contentamento”.
Genial.
Idem aspas para o leitor que escreveu que o meu texto “parece ser um favor à EDP” e ao leitor que revelou termos publicado “mais uma crónica patrocinada pela publicidade da EDP” e que descobriu que, no PÚBLICO, não temos “moral, lógica e inteligência”. É que se ele tivesse percebido que tínhamos falta de uma destas virtudes, […]