Ao ser tratada como um bem livre e ilimitado, a natureza tem sido continuamente degradada sem se conhecer o valor dessa perda. De braço dado com o PIB, o novo Sistema de Contabilidade Económica Ambiental vai mostrar a riqueza integral de um país, não deixando mais a natureza de fora. Depois, é fazer contas.
Em março de 2021, a Organização das Nações Unidas (ONU) deu um passo decisivo no sentido de valorizar o capital natural existente no mundo: adotou uma nova forma de medir índices sobre economia e ambiente. “Um passo histórico e transformador na forma como vemos e valorizamos a natureza”, descreveu na altura António Guterres, secretário-geral da ONU.
Com este novo parâmetro, denominado Sistema de Contabilidade Económica – Contabilidade do Ecossistema (SEEA EA, sigla em inglês), pretende-se assegurar o reconhecimento do capital natural, como florestas, rios, oceanos, desertos, pantanais e outros ecossistemas, como valor económico de um país, fazendo assim “concorrência” ao tradicional PIB, que tem servido para medir a riqueza nas últimas décadas. Com isto, já não será possível contabilizar uma determinada destruição ambiental como progresso económico, além de que o novo quadro ajudará a reformular decisões e políticas para o desenvolvimento sustentável dos países. Os novos parâmetros deverão estar em cima da mesa para a tomada de decisões na Conferência Internacional sobre Mudança Climática, COP-26, a ter lugar em Glasgow, na Escócia, em novembro deste ano.
Um passo histórico e transformador na forma como vemos e valorizamos a natureza.
-António Guterres, secretário-geral da ONU
Quanto vale então o capital natural do mundo? Para além do […]