O Ministério da Agricultura do Zimbabué confirmou hoje a chegada dos primeiros carregamentos de cereais oferecidos pela Rússia, uma parte das 200.000 toneladas prometidas pelo Presidente russo a seis países africanos.
Moscovo prometeu na cimeira Rússia-África em São Petersburgo, em julho de 2023, entregar gratuitamente cereais ao Mali, Burkina Faso, República Centro-Africana, Eritreia, Zimbabué e Somália.
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou, na altura, que a Rússia continua a ter um “potencial muito elevado” de exportação de cereais, apesar das sanções ocidentais impostas como punição pelo ataque à Ucrânia.
Os primeiros carregamentos chegaram “há algumas semanas”, disse à imprensa o vice-ministro da agricultura do Zimbabué, Vangelis Haritatos, durante uma visita a um armazém.
O Zimbabué deverá receber um total de 25.000 toneladas.
O Presidente, Emmerson Mnangagwa, decidirá a utilização a dar a este donativo, “mas é certo que o trigo pode ser entregue a famílias vulneráveis”, acrescentou Vangelis Haritatos.
O país da África Austral, que faz fronteira com Moçambique, está mergulhado numa grave crise económica há mais de 20 anos, marcada por uma inflação galopante e pela escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos. A pobreza é generalizada e o desemprego é elevado.
O Zimbabué deverá igualmente receber 23.000 toneladas de fertilizantes, das quais 10.000 toneladas já foram entregues. Estas serão utilizadas no âmbito de um programa governamental de distribuição de sementes e fertilizantes aos agricultores.