A uma escala temporal realista, o Solo tem de ser considerado como um recurso não renovável, razão pela qual o uso do solo tem de compatibilizar técnicas de gestão que sejam compatíveis com a sua maior sustentabilidade a longo prazo. Nestas técnicas incluem-se, entre outra, opções que conduzam à diminuição dos riscos de erosão, salinidade e perda de biodiversidade, de modo a assegurar o aumento das necessidades da produção de alimentos face quer ao ainda previsível crescimento da população, quer à necessidade de erradicação das condições de subnutrição de parte significativa da atual população mundial.
Num contexto mais geral, acresce o papel que o solo terá de desempenhar em termos de sequestro de carbono, de modo a contribuir para a mitigação das alterações do clima por via da diminuição do teor atmosférico de CO2 e/ou compensação das emissões deste gás. À exceção dos Oceanos, o Solo constitui o maior reservatório de carbono, cerca de 6x e 3x mais da quantidade de carbono presente na atmosfera ou constituinte do biota, respetivamente. Esta função reguladora que o Solo pode desempenhar tem sido alvo, na última década, do interesse de diversas Instituições e Agências Internacionais, estando vertida nas conclusões e recomendações da COP21 e consequente Movimento 4 por mil, princípios que são retomados no Programa Green Deal da União Europeia. Porém, este sequestro de carbono na forma de matéria orgânica apresenta outras vantagens, já que o aumento do teor de compostos orgânicos estáveis no solo vai, em simultâneo, conduzir ao aumento da Qualidade e Saúde dos Solos e, portanto, ao aumento da sua resiliência (e das culturas) face às diversas ameaças ambientais.
Também a água é um bem essencial à vida, ao desenvolvimento das sociedades e à sustentabilidade dos ecossistemas. É indispensável para a produção de alimento para uma população mundial crescente. Ao nível global, a agricultura consome cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis, mas na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá é a indústria o maior consumidor, correspondendo à água envolvida na produção de bens de consumo.
Mais de 10% da população do mundo, cerca de 800 milhões de pessoas, não tem acesso a água potável e as doenças relacionadas com a má qualidade da água, matam por ano mais 1,5 milhões de pessoas, sobretudo crianças. Por ano morrem no mundo cerca de 9 milhões de pessoas com fome. A organização das nações unidas enumerou a água e a alimentação entre os 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável. A atual situação de escassez, que se agravará no futuro como preveem todas as projeções, justificam a importância da boa gestão dos recursos hídricos.