A pandemia de covid-19 não afetou as vendas da Frutalmente, proprietária da Dona Uva, que duplicaram, no primeiro semestre, para dois milhões de quilos, impulsionadas pelos frutos de caroço, indicou à Lusa o diretor executivo desta organização de produtores.
“As vendas da Frutalmente correram bastante bem no primeiro semestre, com dois milhões de quilos comercializados. Isto significa que duplicámos as vendas em comparação com o ano passado e foi a fruta de caroço que contribuiu para esta aumento do volume de vendas. As chamadas frutas de caroço, são, por exemplo, os alperces, os pêssegos e as nectarinas”, afirmou, em resposta à Lusa, Mário Rodrigues, sem precisar o montante correspondente a este volume.
No entanto, conforme sublinhou este responsável, a pandemia alterou a produção, nomeadamente, devido às regras fitossanitárias aplicadas para garantir a segurança dos trabalhadores e dos consumidores.
Estas alterações fazem agora parte do “normal funcionamento diário” da Frutalmente, que destaca uma maior confiança dos consumidores nos produtos portugueses e frescos, como a fruta.
Para os próximos meses, esta organização de produtores (OP) espera que a procura “se mantenha” ou mesmo aumente.
Mário Rodrigues afirmou ainda que, do total da produção da Frutalmente, cerca de 10% destina-se à exportação, 5% correspondentes à marca Dona Uva e os restantes aos outros frutos, chegando a países como Holanda, França, Polónia e a alguns lusófonos.
“Para este ano não está prevista a entrada em novos mercados, contudo, têm existido várias abordagens como da China e do Qatar”, ressalvou o diretor executivo desta organização de produtores.
Em 2018, a Frutalmente iniciou um investimento de quatro milhões de euros, que se deve estender até 2022, tendo como objetivo a melhoria das infraestruturas, como armazéns, sistemas de frio e calibradores.
A colheita da Dona Uva teve início em julho e estima-se uma produção de três milhões de quilos, em linha com o ano passado.
A primeira variedade a ser comercializada é a “Cardinal” (uva rosada).
Até meados de setembro, vão ser colhidas oito variedades de uva nas regiões Oeste e Ribatejo.
Fundada em 2012, a Frutalmente foi reconhecida como organização de produtores no ano seguinte.
Esta OP, que detém ainda a marca Adoora de frutos como damascos, dióspiros, pêssegos, figos, maçãs, peras ou romãs, tem como principal missão produzir fruta portuguesa, “respeitando a natureza e o meio ambiente”.
A Frutalmente conta com 21 produtores associados e tem 200 hectares de vinha e mais 200 hectares de outras frutas em produção.
O volume de negócios desta OP ronda os quatro milhões de euros.
A covid-19 é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.