A campanha de apanha da azeitona de 2022 está quase a chegar ao fim. É certo que, apesar de a qualidade do azeite se ter mantido em níveis de excelência, registaram-se quebras significativas no volume de produção face à safra do ano precedente. Mas não é essa a maior dor de cabeça a apoquentar os produtores do sector que querem manter a sustentabilidade e a biodiversidade para preservar o futuro.
O alerta tem sido lançado por diversas vezes e proveniente de várias fontes nos últimos anos, mas, desta vez, Ana Carrilho, oleóloga da Herdade do Esporão, coloca o dedo na ferida, assinando um diagnóstico de estado crítico e reservado para o olival com variedades nacionais. E avisa que as variedades portuguesas de azeitona – e de azeite – estão a regredir de forma galopante e correm o sério risco de desaparecer do território nacional. Contra esta situação, muito pouco está a ser feito, mas a contribuição do consumidor, optando por azeite nacional de qualidade superior, de preferência de variedades nacionais, poderá ser relevante.
O Jornal Económico propõe neste trabalho uma série de alternativas em que o ouro líquido proveniente de variedades lusitanas é rei, desde menus gastronómicos desenhados em torno do azeite a hotéis dedicados exclusivamente a este produto agrícola natural, passando por experiências nos olivais e nos lagares de azeite, um pouco por todo o País. […]